São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2007

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Caixas-pretas gravam 88 dados sobre o vôo e os sons da cabine

DA REPORTAGEM LOCAL

Os aviões de passageiros têm duas caixas-pretas. Em uma delas ficam gravados todos os sons da cabine do piloto. A outra registra pelo menos 88 informações técnicas sobre o vôo, a aeronave e o clima.
O objetivo é que a análise das caixas-pretas ajude os investigadores a encontrarem as causas dos acidentes. Mas os registros nem sempre são precisos.
As informações registradas pela caixa-preta de dados -FDR (flying data recorder, ou gravador de dados de vôo)- são enviadas por sensores eletrônicos instalados nos botões, nos manetes e nas alavancas operadas pelos tripulantes e nos equipamentos da aeronave.
A posição dos manetes que controlam as turbinas e reversores, por exemplo, é captada uma vez por segundo. Se esses sensores eletrônicos tiverem alguma falha, o registro da caixa-preta não será correto.
Isso pode significar, por exemplo, que o piloto deu o comando correto, mas o sistema eletrônico, com defeito, pode ter registrado errado.
A FDR pode registrar até 200 informações, dependendo do fabricante. O número mínimo exigido pelas normas da aviação brasileira é de 88, o que inclui dados como velocidade, temperatura, posição dos reversores e dos freios aerodinâmicos e o acionamento dos freios do trem de pouso.
Normalmente, as informações armazenadas pelas caixas-pretas são suficientes para apontar as causas de acidentes aéreos, diz o engenheiro James Waterhouse, professor do curso de engenharia aeronáutica da USP de São Carlos.
Para ele, os dados disponíveis das caixas-pretas do Airbus-A320 da TAM que explodiu em Congonhas em 17 de julho ainda não são suficientes para esclarecer as causas do acidente.
(EVANDRO SPINELLI)


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