DA REPORTAGEM LOCAL
DE NOVA YORK

A TAM informou ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comentaria a transcrição da caixa-preta do Airbus-A320. A companhia afirmou que manterá a conduta anterior de apenas comentar as causas do acidente após o final das investigações.
De acordo com o que a Folha apurou, entretanto, a reação na companhia aérea à divulgação do conteúdo da caixa-preta foi de indignação.
A avaliação na empresa é que o governo vazou a informação, apesar de a investigação ainda não ter sido concluída, para tirar do foco o caos aéreo e as deficiências da infra-estrutura aeroportuária.
Na companhia aérea, segundo fontes ouvidas pela reportagem, comenta-se que a divulgação da transcrição como foi feita, já com a conclusão de que foi erro do piloto, é semelhante a um médico dizer que um paciente tem câncer sem a realização dos exames médicos necessários.
A preocupação na TAM é com a comoção gerada com a divulgação, sem análises técnicas mais apuradas do que os diálogos podem significar.

Sistema de alerta
Procurada ontem pela reportagem, a TAM afirmou que sua frota é equipada com o "Flight Warning Computer", o sistema de alerta do Airbus. A companhia disse, porém, não saber informar se o programa estava atualizado no A320 prefixo MKB depois do acidente de Taiwan, em 2004, ocorrido em condições mecânicas semelhantes às da tragédia de duas semanas atrás.
A empresa afirma que já pediu a informação a sua área técnica, mas que ainda não obteve resposta.
Ontem, a assessoria de comunicação da Boeing, concorrente da Airbus, afirmou que não responderia a perguntas relacionadas ao acidente para evitar "comparações".


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