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TRAGÉDIA EM CONGONHAS
Por culpa do IML, família enterra corpo errado
Parentes de vítima do acidente com o Airbus da TAM receberam caixão de outra pessoa; corpo foi trocado ontem
Erro na leitura dos números de identificação dos mortos fez família sepultar
corpo que não havia sido identificado até ontem
RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo revelou ontem que entregou um corpo errado para uma das famílias das
vítimas do Airbus da TAM. O
corpo passou pelo menos duas
semanas enterrado e foi trocado pelo correto ontem.
O erro aconteceu na hora em
que o corpo saiu para o enterro,
segundo o IML. O serviço funerário é feito dentro do próprio
instituto, e cada caixão tem um
número de quatro dígitos que o
identifica. O número do caixão
com o corpo que foi enterrado
era semelhante ao que continha o corpo certo -só o segundo dígito era diferente. O corpo
entregue primeiro não havia sido identificado até ontem.
O IML percebeu o erro ontem, durante uma rechecagem
dos prontuários. Na ficha do
corpo enterrado por engano,
faltava o raio-X. Quando os funcionários foram verificar por
que o procedimento não tinha
sido feito, viram que o cadáver
não estava mais no instituto.
Segundo a assessoria da Secretaria da Segurança Pública,
a rechecagem de sacolas com
restos mortais e caixões é um
procedimento rotineiro. No
entanto, a assessoria não soube
dizer por que o erro não foi percebido durante as outras vezes
em que houve verificação.
A família -que pediu sigilo
do nome da vítima- foi avisada
da confusão ontem à tarde. A
troca do caixão foi feita ontem,
na presença de parentes.
O primeiro corpo que foi sepultado voltou para o IML. Segundo o instituto, a identificação será possível mesmo depois
de ter ficado enterrado por ao
menos duas semanas.
Um dos diretores do IML,
Carlos Alberto de Souza Coelho, disse que a "situação inusitada" pode ter acontecido por
causa da "grande quantidade de
vítimas e do trabalho sobrecarregado" dos legistas. A secretaria abriu uma sindicância para
apurar o caso.
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