São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS

Por culpa do IML, família enterra corpo errado

Parentes de vítima do acidente com o Airbus da TAM receberam caixão de outra pessoa; corpo foi trocado ontem

Erro na leitura dos números de identificação dos mortos fez família sepultar corpo que não havia sido identificado até ontem

RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo revelou ontem que entregou um corpo errado para uma das famílias das vítimas do Airbus da TAM. O corpo passou pelo menos duas semanas enterrado e foi trocado pelo correto ontem.
O erro aconteceu na hora em que o corpo saiu para o enterro, segundo o IML. O serviço funerário é feito dentro do próprio instituto, e cada caixão tem um número de quatro dígitos que o identifica. O número do caixão com o corpo que foi enterrado era semelhante ao que continha o corpo certo -só o segundo dígito era diferente. O corpo entregue primeiro não havia sido identificado até ontem.
O IML percebeu o erro ontem, durante uma rechecagem dos prontuários. Na ficha do corpo enterrado por engano, faltava o raio-X. Quando os funcionários foram verificar por que o procedimento não tinha sido feito, viram que o cadáver não estava mais no instituto.
Segundo a assessoria da Secretaria da Segurança Pública, a rechecagem de sacolas com restos mortais e caixões é um procedimento rotineiro. No entanto, a assessoria não soube dizer por que o erro não foi percebido durante as outras vezes em que houve verificação.
A família -que pediu sigilo do nome da vítima- foi avisada da confusão ontem à tarde. A troca do caixão foi feita ontem, na presença de parentes.
O primeiro corpo que foi sepultado voltou para o IML. Segundo o instituto, a identificação será possível mesmo depois de ter ficado enterrado por ao menos duas semanas.
Um dos diretores do IML, Carlos Alberto de Souza Coelho, disse que a "situação inusitada" pode ter acontecido por causa da "grande quantidade de vítimas e do trabalho sobrecarregado" dos legistas. A secretaria abriu uma sindicância para apurar o caso.


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