São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2008

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Vacina contra febre amarela mata médico em Araraquara

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

O médico e ex-vereador de Araraquara Paulo Monteiro de Barros Homem, 81, morreu em decorrência de uma reação à vacina de febre amarela. O diagnóstico foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde.
Barros Homem, que morreu no último dia 14 em Araraquara, não apresentava nenhuma contra-indicação à vacina, conforme reconheceu Helena Sato, coordenadora de imunização da secretaria.
O médico, que era clínico-geral, se vacinou seis dias antes de morrer com a intenção de viajar para Ubatuba. Foi o segundo caso no Estado de morte causada pela vacina. O primeiro foi na capital, em fevereiro.
A vacinação foi intensificada na região de Ribeirão Preto depois que dois homens morreram, vítimas de febre amarela -um morreu em Cravinhos e outro em São Carlos, cidade vizinha a Araraquara. As mortes ocorreram em abril e maio.
"Neste ano, aplicamos dois milhões de vacinas no Estado e só houve dois casos do tipo. Isso significa que a incidência é de um caso para cada um milhão de vacinados", diz Sato.
Apesar de não saber o que faz uma pessoa reagir à vacina, o Estado não deve suspender ou alterar o programa de vacinação contra a doença. "A vacinação continuará normalmente e todos que vão para a área de risco ou que moram na região [de Ribeirão Preto] devem se vacinar, com exceção das mulheres grávidas, crianças com menos de seis meses e os imunodepressivos", disse Sato.
Para o infectologista Otávio Cintra, do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto, a vacina contra a febre amarela é imprevisível. "É raro haver reações, mas quando há e a pessoa não se encaixa nas contra-indicações, vemos que é imprevisível o resultado. Porém, o risco de contrair a doença sem a vacina é muito maior, por isso ela precisa ser aplicada."

Histórico
Desde o início deste ano, houve 45 casos confirmados de febre amarela no país e 25 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde.
O Estado campeão de mortes é Goiás, onde, de acordo com o Ministério da Saúde, ocorreram 14 mortes de um total de 22 casos confirmados. Minas Gerais é o Estado onde houve menos incidência da doença -apenas com um caso confirmado, sem morte.
A vacina deve ser tomada por quem mora em áreas de risco ou vai viajar para uma delas. Como a região de Ribeirão Preto já registrou duas mortes, a recomendação é que a população local busque a vacina.
Os sintomas da febre amarela são semelhantes aos de uma gripe, como febre e dor no corpo. Os efeitos surgem, em média, dois dias após o contágio e podem durar até uma semana.


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