ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele tinha 15 anos quando o pai, mecânico, levou-o para ver os carros voarem pelas ruas de São Paulo. Naquele dia, a corrida deixou o menino Nelson Enzo Brizzi, futuro mecânico de competições, completamente fascinado.
Três anos depois, Nelson entrou para uma escola técnica da Aeronáutica, onde se especializou em mecânica de aviões de combate. Mas ele não queria saber de guerra.
Após formado, decidiu montar, em 1947, uma oficina no Canindé, mesmo bairro onde funcionava a do pai. Foi lá que criou seu primeiro carro de corrida, um Ford V8 adaptado. E assim seguiu.
Em 1952, fechou o negócio para trabalhar diretamente com pilotos. Em 1960, ele e o irmão foram contratados como mecânicos responsáveis pela equipe Willys, pela qual passaram nomes como Christian Heinz, Emerson Fittipaldi e José Carlos Pace.
Seu maior projeto, dizia, foi a construção de um Volkswagen com dois motores, feito para os Fittipaldi.
Aos 48, sua carreira foi bruscamente interrompida por um AVC (acidente vascular cerebral), que sofreu enquanto trabalhava. Ficou anos em recuperação, mas continuava dando conselhos aos amigos e nunca deixou de acompanhar corridas.
"Ele me tirava da cama cedinho para ver as provas", lembra o filho Marco, que o descreve como "gozador".
Morreu na quarta-feira, aos 87, vítima de outro AVC.
Deixa dois filhos e três netos.
A missa de sétimo dia será terça, às 18h, na igreja da Cruz Torta, em SP.

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