São Paulo, domingo, 02 de agosto de 2009

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Preocupação com a gripe muda rotina

Na região de Campinas, no interior de São Paulo, álcool em gel foi transformado em produto de primeira necessidade

Em Uruguaiana (RS), na fronteira do Brasil com a Argentina, até casamento já foi transferido para outubro por medo de contaminação

PABLO SOLANO
MAURÍCIO SIMIONATO
ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA

O medo de contrair a gripe suína tem alterado hábitos de parte da população, especialmente nas cidades onde há registro de mortes por causa da doença. Há mudanças nas vidas noturna e religiosa, rotinas em casa e no trabalho e em atividades esportivas e de consumo.
Em Uruguaiana (RS), já houve até casamento adiado. Moradores de Ribeirão Preto (SP), Paulo Fantinel, 33, e Denise Vilas Boas, 30, marcaram há mais de um ano a data para casar.
A festa estava marcada para acontecer no dia 29, na cidade gaúcha, principal município no Rio Grande do Sul na fronteira com a Argentina.
A preocupação com a gripe A -que já fez cinco mortos no município, onde mora a família do noivo-, no entanto, fez com que o casal adiasse o casamento em dois meses. "Estava tudo pronto. Convites impressos, bufê contratado, igreja alugada", conta Fantinel.
A decisão, diz, foi tomada para preservar amigos e parentes. "Tinha convidado que não ia por causa da gripe, e agora já pensa em ir. Isso se tudo melhorar até outubro."
A celebração foi remarcada para 24 de outubro -poucos dias depois do provável fim da situação de emergência decretada pela prefeitura. Na cidade, a ordem é para casas noturnas ficarem fechadas e eventos serem suspensos.
Em São Borja (RS), a prefeitura montou uma força-tarefa para cassar o alvará dos estabelecimentos que desrespeitarem a proibição. Fiscais devem ir às ruas neste final de semana.
Os casais que decidirem manter a celebração do casamento nas paróquias de Uruguaiana deverão se satisfazer com cerimônias simplificadas, sem cantos e com leituras mais breves de trechos da Bíblia.

Padres
As visitas dos padres para benzer doentes em hospitais estão suspensas.
A unção dos enfermos continua, mas deve ser realizada em "um rito de emergência", segundo o bispo da cidade, Aloísio Alberto Dilli, 61.
Na região de Campinas (SP), onde há nove mortos pela doença, o receio tem feito com que um produto em especial seja considerado de primeira necessidade: o álcool em gel.
Academias de ginástica passaram a oferecer álcool. "Aproveito o descanso entre um aparelho e outro para lavar as mãos com álcool em gel", diz a dentista Mara Albuquerque, 26.
Nos shoppings Iguatemi e Galleria, sabonetes antibactericidas foram colocados nos banheiros e são muito usados pelos funcionários.


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