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Demolições na região da cracolândia recomeçarão amanhã
Prefeitura autorizou destruição de seis imóveis na rua dos Gusmões para dar lugar a conjunto residencial, cujas obras ainda não têm data para ter início
DA REPORTAGEM LOCAL
Começa amanhã uma nova
fase de demolições na cracolândia. A prefeitura concedeu na
sexta-feira autorização para a
demolição de seis imóveis na
rua dos Gusmões na quadra onde será construído um conjunto habitacional.
As primeiras demolições de
prédios desapropriados começaram em 2007, na rua Gal.
Couto de Magalhães, onde está
prevista a construção da nova
sede da Prodam (empresa municipal de tecnologia da informação). Até hoje, nada foi feito.
As demolições na rua dos
Gusmões têm prazo de 30 dias
para serem concluídas, mas as
obras do novo conjunto habitacional ainda não se sabe quando vão começar.
Segundo o secretário das
Subprefeituras, Andrea Matarazzo, prefeitura e CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano)
vão discutir como as unidades
habitacionais serão integradas
ao projeto urbanístico que será
elaborado para a região.
Inicialmente estava prevista
a construção de dois conjuntos
com 150 apartamentos populares. Na área que começa a ser
demolida amanhã, estavam
previstos 75 apartamentos.
Burocracia
Mas, a prefeitura iniciou o
processo de licitação para contratar um escritório de arquitetura que fará o projeto urbanístico do bairro para, só depois,
fazer nova licitação que escolherá a empresa que assumirá a
concessão da área.
É um processo longo e burocrático. Tanto que, com boa
vontade, é de se esperar que
obras de revitalização propriamente ditas só comecem mesmo em 2011.
O projeto urbanístico vai definir os critérios para a revitalização do bairro -alturas dos
edifícios, localização das praças, áreas residenciais e comerciais, etc. Por isso é que, segundo Matarazzo, as obras não começarão imediatamente.
A aprovação dos projetos dos
prédios da CDHU já foi um tanto confusa. O Conpresp (conselho municipal do patrimônio
histórico) chegou a barrar o
projeto alegando que a altura
estabelecida pela companhia
estava em desacordo com as
normas da região.
A CDHU recorreu e, num segundo momento, o Conpresp
liberou a obra. Mas isso atrasou
a aprovação do projeto e, no
fim, também atrasou o início da
obra, que não tem mais data para começar. Também contribuiu para a demora a dificuldade da prefeitura em obter a posse dos imóveis desapropriados.
Rebatizada de Nova Luz pela
prefeitura, desde meados deste
mês, policiais, assistentes sociais e agentes de saúde fazem
uma operação na região para
tentar diminuir a ocupação dos
chamado "crackeiros". Órgãos
da prefeitura também participam fechando hotéis e pensões
ocupadas por viciados.
Matarazzo acredita que a retomada das demolições pode
ajudar a melhorar o aspecto da
região. "É mais um avanço, isso
vai arrumando a área."
A revitalização propriamente dita, no entanto, só vai começar com a concessão urbanística do bairro. Por este instrumento, a prefeitura passará para a iniciativa privada o direito
de desapropriar os imóveis para, posteriormente, lucrar com
a revenda dos prédios revitalizados. Em troca, a empresa terá
de fazer tudo o que for previsto
no projeto urbanístico, inclusive escolas e postos de saúde.
(EVANDRO SPINELLI)
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