São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE

Pesquisa foi feita pela internet com 828 ginecologistas acima de 45 anos

49,5% das médicas não fazem TRH

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa da Febrasgo (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia) realizada com ginecologistas brasileiras revela que 49,5% das médicas pesquisadas, acima de 45 anos, não fazem uso da TRH, como é chamada a terapia de reposição com hormônios sintetizados.
A pesquisa foi baseada em questionários anônimos, feitos pelo site da Febrasgo na internet, com 1.723 médicas. Dessas, foram selecionadas apenas as ginecologistas acima de 45 anos, um total de 828, que entraram ou estão entrando na menopausa. A maioria delas, 88%, alega que a reposição hormonal não é necessária. Outras 9,5% não a utilizam por contra-indicação. Como alternativa, 26,4% usam vitaminas, 18,3% usam cálcio, 14% anti-hipertensivos e 11% tomam fitoterápicos.
Para o médico Edmund Chada Baracat, presidente da Febrasgo, as ginecologistas que não adotam a reposição ou ainda não entraram na menopausa ou não sentem os sintomas dela. "Não é uma recusa pura e simples", afirma.
Entre as que disseram não fazer TRH, 6% têm medo de câncer, 5,5% não a fazem pelos efeitos adversos e 4% por temer ganho de peso. Segundo Baracat, isso mostra que, mesmo entre pessoas esclarecidas, ainda é preciso reforçar as informações sobre a TRH.
De acordo com a ginecologista Albertina Takiute, 53, coordenadora do Programa de Saúde da Mulher, entre suas pacientes médicas, 35% adotam a TRH por, no máximo, um ano. O restante opta por tratamentos alternativos, mas mantém rotina de exames.

Polêmica
A TRH é considerada pelos médicos a mais potente para compensar os efeitos da queda na produção de estradiol após a menopausa, especialmente a secura vaginal e o risco de aparecimento de doenças como a osteoporose.
Há grande variedade de combinações -são os chamados "esquemas" de TRH-, que podem misturar estrogênio e progesterona, além de outros hormônios, em doses e tipos diferentes. Mas o estrogênio é a base de todas elas.
Para a jornalista Silvia Campolim, autora do livro "Folha Explica a Menopausa", da Publifolha, lançado na última terça no auditório da Folha, é importante que a mulher saiba o que ocorre com seu corpo na fase de transição para a menopausa e adote, orientada pelo seu médico, a terapia que mais bem se adequar ao seu caso.



Texto Anterior: Acidente: Avião da TAM que pousou forçado vira atração no interior de SP
Próximo Texto: Consumo de bebida cai com orientação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.