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SAÚDE
Pesquisa foi feita pela internet com 828 ginecologistas acima de 45 anos
49,5% das médicas não fazem TRH
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pesquisa da Febrasgo (Federação Brasileira das Sociedades de
Ginecologia e Obstetrícia) realizada com ginecologistas brasileiras
revela que 49,5% das médicas
pesquisadas, acima de 45 anos,
não fazem uso da TRH, como é
chamada a terapia de reposição
com hormônios sintetizados.
A pesquisa foi baseada em questionários anônimos, feitos pelo site da Febrasgo na internet, com
1.723 médicas. Dessas, foram selecionadas apenas as ginecologistas
acima de 45 anos, um total de 828,
que entraram ou estão entrando
na menopausa. A maioria delas,
88%, alega que a reposição hormonal não é necessária. Outras
9,5% não a utilizam por contra-indicação. Como alternativa,
26,4% usam vitaminas, 18,3%
usam cálcio, 14% anti-hipertensivos e 11% tomam fitoterápicos.
Para o médico Edmund Chada
Baracat, presidente da Febrasgo,
as ginecologistas que não adotam
a reposição ou ainda não entraram na menopausa ou não sentem os sintomas dela. "Não é uma
recusa pura e simples", afirma.
Entre as que disseram não fazer
TRH, 6% têm medo de câncer,
5,5% não a fazem pelos efeitos adversos e 4% por temer ganho de
peso. Segundo Baracat, isso mostra que, mesmo entre pessoas esclarecidas, ainda é preciso reforçar as informações sobre a TRH.
De acordo com a ginecologista
Albertina Takiute, 53, coordenadora do Programa de Saúde da
Mulher, entre suas pacientes médicas, 35% adotam a TRH por, no
máximo, um ano. O restante opta
por tratamentos alternativos, mas
mantém rotina de exames.
Polêmica
A TRH é considerada pelos médicos a mais potente para compensar os efeitos da queda na produção de estradiol após a menopausa, especialmente a secura vaginal e o risco de aparecimento de
doenças como a osteoporose.
Há grande variedade de combinações -são os chamados "esquemas" de TRH-, que podem
misturar estrogênio e progesterona, além de outros hormônios,
em doses e tipos diferentes. Mas o
estrogênio é a base de todas elas.
Para a jornalista Silvia Campolim, autora do livro "Folha Explica a Menopausa", da Publifolha,
lançado na última terça no auditório da Folha, é importante que a
mulher saiba o que ocorre com
seu corpo na fase de transição para a menopausa e adote, orientada pelo seu médico, a terapia que
mais bem se adequar ao seu caso.
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