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Brasileiros nos EUA ajudarão mãe de garoto
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma comunidade ligada à
Igreja Católica e composta por
15 mil brasileiros na região de
Boston (EUA) ajudará financeiramente por pelo menos seis
meses a costureira desempregada R.S.S., 22, mãe de Jhéck
Breener de Oliveira, 4, cujo pai,
Jeson de Oliveira, 35, quer autorização judicial para realizar
a eutanásia na criança.
O padre José Mário Ribeiro,
42, líder do grupo, afirmou que
a comunidade decidiu ajudar a
mãe porque ela passa por dificuldades financeiras desde que
o estado de Jhéck se agravou.
Ela não quer a eutanásia.
Com o agravamento do estado de saúde, R.S.S. deixou o
emprego para ficar mais tempo
com o filho. A comunidade
prevê doar alimentos, roupas e
fraldas e pagar o aluguel dela.
"Vamos acompanhá-la materialmente, com dinheiro. Temos um projeto social aqui em
Boston, e a comunidade decidiu apoiar", disse o padre, que
é de São Paulo e está nos EUA
há seis anos. O valor não foi definido pela igreja.
Como outros religiosos ouvidos pela Folha, ele é contra a
eutanásia. O período do auxílio
a R.S.S. pode ser prorrogado,
dependendo da situação da
mãe de Jhéck.
Já Oliveira disse ontem à tarde que não consegue mais ver
seu filho sofrer em um leito
hospitalar e que, por isso, prefere acabar com a vida dele, já
que o quadro é irreversível. A
afirmação foi feita mesmo após
ele ter conversado com dois padres sobre o assunto.
O hospital iniciou o cadastramento de pessoas interessadas
em doar algo à família de Jhéck.
Os recepcionistas estão anotando os dados das pessoas,
além do motivo pelo qual procuram a mãe da criança -oração, doação de alimentos ou dinheiro. "Ela [R.S.S.] tem recebido auxílio de muitas pessoas,
indignadas por o pai querer isso", disse Lázara Andrade Camargo, amiga da mãe.
Anteontem, 50 pessoas telefonaram ou foram ao hospital.
Também ontem, R.S.S. deu
uma entrevista coletiva no hospital, protegida por um biombo, sem mostrar o rosto. Abalada com a situação, disse que vai
lutar enquanto puder, por ser
contra a eutanásia.
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