São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2005

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SAÚDE

Entidades exigem quebra de patentes de remédios

ONGs rejeitam verba de laboratórios privados para encontro sobre Aids

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

As ONGs que defendem portadores do vírus da Aids decidiram não aceitar recursos de laboratórios farmacêuticos privados no financiamento do encontro nacional do setor, que ocorre a partir de amanhã em Curitiba.
Mais que um rompimento, trata-se de uma posição política no contexto atual, em que as ONGs brigam pela quebra de patentes de remédios contra a Aids, dizem os militantes. "Seria antiético receber dinheiro e também querer a quebra da patentes. Estamos indo contra a lógica do lucro", afirma Toni Reis, coordenador-geral da comissão executiva do evento.
A quebra de patentes será um dos principais temas do encontro, em cuja abertura oficial, no domingo, está prevista a participação do ministro da Saúde.
Reis afirma que sempre existe a chamada "tentativa de sedução" da indústria, que geralmente baseia-se em apoio financeiro. "Quanto à tentativa de utilizar um coletivo maior de ONGs como massa de manobra, no nosso movimento é impossível devido ao comprometimento e politização".
No ano passado, quando o Enong (Encontro Brasileiro de ONGs/Aids) ocorreu em São Paulo, os laboratórios contribuíram com cerca de 7% do orçamento do evento, de R$ 261 mil. Já naquela época, o maior patrocínio era do Programa Nacional de DST/Aids. Neste ano, R$ 221,8 mi do total de R$ 359,9 de gastos serão cobertos pelo governo. Reis diz que os recursos não afetam o orçamento de medicamentos. "É uma estratégia do movimento se fortalecer utilizando, entre outros, recursos públicos."


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