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SAÚDE
Entidades exigem quebra de patentes de remédios
ONGs rejeitam verba de laboratórios privados para encontro sobre Aids
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
As ONGs que defendem portadores do vírus da Aids decidiram
não aceitar recursos de laboratórios farmacêuticos privados no financiamento do encontro nacional do setor, que ocorre a partir de
amanhã em Curitiba.
Mais que um rompimento, trata-se de uma posição política no
contexto atual, em que as ONGs
brigam pela quebra de patentes
de remédios contra a Aids, dizem
os militantes. "Seria antiético receber dinheiro e também querer a
quebra da patentes. Estamos indo
contra a lógica do lucro", afirma
Toni Reis, coordenador-geral da
comissão executiva do evento.
A quebra de patentes será um
dos principais temas do encontro,
em cuja abertura oficial, no domingo, está prevista a participação do ministro da Saúde.
Reis afirma que sempre existe a
chamada "tentativa de sedução"
da indústria, que geralmente baseia-se em apoio financeiro.
"Quanto à tentativa de utilizar um
coletivo maior de ONGs como
massa de manobra, no nosso movimento é impossível devido ao
comprometimento e politização".
No ano passado, quando o
Enong (Encontro Brasileiro de
ONGs/Aids) ocorreu em São Paulo, os laboratórios contribuíram
com cerca de 7% do orçamento
do evento, de R$ 261 mil. Já naquela época, o maior patrocínio
era do Programa Nacional de
DST/Aids. Neste ano, R$ 221,8 mi
do total de R$ 359,9 de gastos serão cobertos pelo governo. Reis
diz que os recursos não afetam o
orçamento de medicamentos. "É
uma estratégia do movimento se
fortalecer utilizando, entre outros, recursos públicos."
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