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FRANZ JOÃO AMBROZIO (1941-2009)
Foi pioneiro nas reportagens aéreas sobre o trânsito
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi com um sonoro palavrão
que Franz Netto começou sua
carreira como primeiro repórter aéreo do Brasil. Era início
dos anos 1970 e ele subia pela
primeira vez em um helicóptero, para contar ao público da
rádio Bandeirantes a situação
do trânsito em São Paulo.
Logo na estreia no programa, uma pane na aeronave
causou um pouso forçado, e
Franz, que transmitia ao vivo
as notícias, soltou um longo
"puta que pariu" no ar, conta o
filho Fábio Ambrozio.
Foi a bordo do helicóptero
também que o jornalista, que
adotou um "Netto" por conta
própria, cobriu o incêndio no
edifício Joelma, em 1974, que
deixou mais de 180 mortos.
Comprou sacos de leite para as
vítimas jogarem no corpo e aliviarem o ardor causado pelas
queimaduras.
Nessa mesma época, a aeronave sofreu outra pane e fez
um novo pouso forçado.
Tempos depois, foi substituída por motos -e Franz tornou-se o primeiro repórter de
trânsito motociclista, diz o
amigo Milton Neves.
Após abandonar o helicóptero, nunca mais andou de avião.
Mais tarde, desistiu dos congestionamentos de São Paulo e
mudou-se para Marília (interior de São Paulo), onde continuou como radialista.
Por causa das tragédias vistas na profissão, odiava filmes
com sofrimento. Preferia as
comédias românticas.
"Morreu sem sofrimento",
disse a mulher Marineuza, na
tarde da última quarta, de um
infarto, aos 68 anos. Deixou seis
filhos e dez netos. A missa de sétimo dia será hoje, às 19h30, na
igreja Santa Rita (em Marília).
coluna.obituario@uol.com.br
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