São Paulo, quarta-feira, 02 de setembro de 2009

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FRANZ JOÃO AMBROZIO (1941-2009)

Foi pioneiro nas reportagens aéreas sobre o trânsito

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi com um sonoro palavrão que Franz Netto começou sua carreira como primeiro repórter aéreo do Brasil. Era início dos anos 1970 e ele subia pela primeira vez em um helicóptero, para contar ao público da rádio Bandeirantes a situação do trânsito em São Paulo.
Logo na estreia no programa, uma pane na aeronave causou um pouso forçado, e Franz, que transmitia ao vivo as notícias, soltou um longo "puta que pariu" no ar, conta o filho Fábio Ambrozio.
Foi a bordo do helicóptero também que o jornalista, que adotou um "Netto" por conta própria, cobriu o incêndio no edifício Joelma, em 1974, que deixou mais de 180 mortos.
Comprou sacos de leite para as vítimas jogarem no corpo e aliviarem o ardor causado pelas queimaduras.
Nessa mesma época, a aeronave sofreu outra pane e fez um novo pouso forçado.
Tempos depois, foi substituída por motos -e Franz tornou-se o primeiro repórter de trânsito motociclista, diz o amigo Milton Neves.
Após abandonar o helicóptero, nunca mais andou de avião. Mais tarde, desistiu dos congestionamentos de São Paulo e mudou-se para Marília (interior de São Paulo), onde continuou como radialista.
Por causa das tragédias vistas na profissão, odiava filmes com sofrimento. Preferia as comédias românticas.
"Morreu sem sofrimento", disse a mulher Marineuza, na tarde da última quarta, de um infarto, aos 68 anos. Deixou seis filhos e dez netos. A missa de sétimo dia será hoje, às 19h30, na igreja Santa Rita (em Marília).

coluna.obituario@uol.com.br


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