São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2010

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JOSÉ EDUARDO LOUREIRO (1927 - 2010)

Presidiu a OAB-SP e não era tatu

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Não é possível construir algo de novo sob os escombros de 20 anos de regime autoritário", disse José Eduardo Loureiro ao assumir a presidência da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).
No cargo de 85 a 87, lutou por uma nova Constituição.
Nascido em São Paulo, filho temporão de Angela e do português Jayme, cresceu numa casa na av. Paulista.
Nos anos 30, perdeu o pai e dois dos quatro irmãos. Em 51, formou-se em direito na USP, onde conheceu Inês. Casaram-se em 53 e tiveram sete filhos, dos quais cinco estudaram advocacia.
Ao sair da faculdade, abriu um escritório, que hoje é tocado pelo filho Leopoldo.
No início dos anos 80, a morte da mulher e da filha Ângela o abalaram muito. Em 86, conheceu Dilu, companheira pelo resto da vida.
Dizia que não andava de avião porque tudo que é mais pesado do que o ar cai e que não andava de metrô porque não era tatu para andar embaixo da terra.
Teve só fuscas até o automóvel sair de linha. Orgulhava-se de ter viajado de carro todo o Estado de SP na campanha para eleição da OAB.
Diariamente dirigia 18 km da casa na zona sul até o escritório no centro. Ainda hoje usava máquina de escrever.
Fumava desde os 14 e era viciado em Sudoku. Apesar de achar fáceis os publicados na Ilustrada, guardava todo dia o caderno da Folha para resolver o jogo no tabuleiro que ganhou do filho Jayme.
Morreu na segunda, aos 82, em SP, devido a um câncer no pulmão. Deixa seis filhos e cinco netos. A missa de sétimo dia será na quarta, às 11h, na igreja São José.

coluna.obituario@uol.com.br


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