São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2010 |
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43% dos domicílios são inadequados
Pesquisa do IBGE leva em conta coleta de lixo, abastecimento de água, esgoto e número de moradores por quarto
Do total de 57,5 milhões de
domicílios existentes no Brasil em 2008, 24,7 milhões
(43%) eram inadequados. A
constatação é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), que divulgou ontem a quarta edição da pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável.
O estudo aborda, em 55 indicadores, os principais aspectos ligados às esferas social, ambiental e econômica.
Na pesquisa, só foram considerados adequados os domicílios com serviço de coleta de lixo, abastecimento de
água por rede geral, esgotamento por rede coletora ou
fossa séptica e no máximo
dois moradores por quarto -
não foi avaliada a regularidade da propriedade.
Segundo a pesquisadora
Denise Penna Kronemberger, do IBGE, a inexistência
de um sistema de esgotamento adequado foi o problema mais comum, atingindo 26,8% dos domicílios.
Em seguida vieram a presença de mais de dois moradores por dormitório (em
17,6% dos domicílios), a ausência de abastecimento de
água (16,1%) e de coleta de lixo (12,1%). Muitas vezes, um
único domicílio apresentou
mais de um problema.
Para o coordenador do Laboratório de Habitação da
UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro), Mauro
Santos, não há surpresas. "O
Brasil tem uma situação de
muita precariedade na habitação. Nem mesmo questões
básicas, como água, esgoto e
lixo, estão resolvidas."
Ele diz acreditar que, se a
pesquisa levasse em conta
outros aspectos importantes,
como a existência de janelas
e a área média dos cômodos,
o resultado seria ainda pior.
"Muitas áreas populares
com alta densidade e condições precárias de iluminação
e ventilação têm altos índices
de doenças respiratórias e tuberculose. A concentração
de muitas pessoas em um local pequeno também pode
gerar situações de estresse e
de violência doméstica", diz.
Ao longo dos anos, porém,
a situação tem melhorado.
Em 1992, primeiro dado da
série histórica da pesquisa,
os domicílios inadequados
eram 63,2% do total.
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