São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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Coveiros estendem greve até segunda

Justiça determinou fim da greve, sob pena de multa de R$ 60 mil ao dia; sindicato marcou reunião emergencial

Prefeitura colocou guardas municipais e terceirizados da limpeza para fazerem trabalhos de funerários


Rivaldo Gomes/Folhapress
Guardas transportam caixão em carro funerário da prefeitura, serviço que deveria ser feito por funcionários em greve

RAPHAEL MARCHIORI
CRISTINA MORENO DE CASTRO

DE SÃO PAULO

Os funerários de São Paulo decidiram manter a greve pelo menos até segunda-feira de manhã, quando haverá nova assembleia.
Eles desafiam decisão judicial que determinou, anteontem, que voltassem ao trabalho e estabeleceu multa diária de R$ 60 mil se descumprissem a determinação.
Caso a decisão seja revertida pela categoria, a multa não precisa ser paga.
A presidente do Sindsep (sindicato dos trabalhadores na administração), Irene Batista de Paula, marcou reunião emergencial com a diretoria hoje, para discutir a decisão da Justiça.
Além de 90% dos funerários, o sindicato diz que outros servidores públicos municipais -da Saúde, Esportes, Cultura, Habitação, Finanças e das subprefeituras- também aderiram parcialmente à greve, que começou na última terça-feira.
O sindicato, filiado à CUT, reivindica reajuste de 39,79% no salário-base, que atualmente é de R$ 440,39.
Até junho, a categoria recebia, no mínimo, R$ 545, somando gratificações e abonos. Após a primeira greve, o governo aumentou esse valor para R$ 630.
O principal problema causado pela greve foi no transporte de corpos para os cemitérios, que é um serviço feito apenas pela prefeitura.
No cemitério Vila Formosa, a família da procuradora Cristina Silva, 41, esperou até as 18h para iniciar o velório de seu sogro -o enterro estava marcado para as 15h30.
Mais de 40 pessoas da família estavam esperando e muitos foram embora, sem conseguir ficar mais.
"As pessoas vão ter que segurar para não morrer até segunda?", crtiticou Cristina.
Para tentar contornar os transtornos, a prefeitura colocou guardas-civis para fazerem a remoção de corpos e funcionários terceirizados da limpeza dos cemitérios para realizarem os sepultamentos.
A prefeitura disse que vai contratar 135 pessoas emergencialmente e realizar novos concursos.


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