São Paulo, Sábado, 02 de Outubro de 1999
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ADMINISTRAÇÃO
Projetos de apelo popular estarão sob controle direto do prefeito de São Paulo no próximo ano
Verba do gabinete de Pitta cresce 83%

CHICO DE GOIS
da Reportagem Local

O prefeito Celso Pitta (PTN) vai concentrar em seu gabinete a maior parte das verbas destinadas aos programas sociais de maior apelo popular. De acordo com o Orçamento encaminhado anteontem à Câmara, o gabinete de Pitta terá sua verba aumentada em 83,5% em comparação à despesa estimada neste ano.
Segundo informações da Secretaria das Finanças, até o final deste ano o gabinete deverá consumir R$ 126,7 milhões. Estão incluídos nessa projeção os orçamentos das secretarias do Governo, do Trabalho e das Comunicações.
O maior incremento de verbas no gabinete acontecerá, conforme afirmou o secretário das Finanças, Deniz Ferreira Ribeiro, por causa do Programa de Renda Mínima, que deverá consumir R$ 74 milhões, ao contrário dos R$ 70 milhões informados anteriormente pelo secretário.
As frentes de trabalho, programa criado pelo prefeito em 99, terá uma projeção de gastos estimada em R$ 16 milhões. Neste ano, como não tinha dotação própria, o projeto precisou ser concretizado com verbas remanejadas de outras secretarias e programas.
A Secretaria das Comunicações, que também está vinculada ao gabinete do prefeito, terá à disposição R$ 16 milhões para serem gastos em publicidade. Neste ano, havia a previsão de R$ 19 milhões.
De acordo com Ribeiro, a previsão é que sejam gastos, até o final deste ano, R$ 8 milhões. Isso porque a concorrência para a escolha da nova agência de propaganda só foi concluída no meio do ano.
Ribeiro afirmou que a intenção do prefeito é investir na melhoria de sua imagem. Por isso, esses projetos de apelo popular, como as frentes de trabalho e o Programa de Renda Mínima, estarão sob controle direto de Pitta.
Essa preocupação em dar visibilidade às obras do prefeito também influiu no aumento de 69% do orçamento da Secretaria da Habitação. Neste ano, a previsão é de um gasto de R$ 304,3 milhões.
Para o ano que vem, a verba para a secretaria foi fixada em R$ 514,3 milhões. De acordo com Ribeiro, os recursos para o Cingapura ficaram abaixo do esperado neste ano e, por isso, as obras seguiram em ritmo lento.
A prefeitura espera obter um empréstimo de R$ 103 milhões para ser utilizado nesse projeto e também no Lote Legal, destinado à regularização de loteamentos clandestinos.
Um levantamento do gabinete da vereadora Ana Maria Quadros (PSDB) demonstra que havia a previsão orçamentária de R$ 150 milhões para o Cingapura neste ano. Até o final de agosto, haviam sido gastos R$ 71,6 milhões, o que corresponde a 47,75% da verba que deveria ser utilizada.


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