São Paulo, Sábado, 02 de Outubro de 1999
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ENERGIA
Horário de verão começa hoje em 21 Estados e termina em 27 de fevereiro; economia pode chegar a R$ 1 bi
Relógio deve ser adiantado à meia-noite

da Reportagem Local

O horário de verão entra em vigor em 21 Estados e no Distrito Federal à meia-noite de hoje, quando os relógios devem ser adiantados em uma hora. A medida dura até 27 de fevereiro.
Apenas Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia e Pará não terão horário de verão neste ano.
Além de todos os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, da Bahia e do Tocantins, outros nove também aderiram à medida: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Roraima.

Economia
O principal argumento para a implantação do novo horário é a redução do consumo de energia elétrica. Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a economia é de cerca de R$ 1 bilhão.
A adoção do horário no ano passado reduziu em 5% o consumo de energia nos horários de pico.
A Aneel também argumenta que a população gosta do horário de verão. De acordo com pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP), realizada em maio, 82,2% da população das regiões onde o esquema vem sendo adotado nos últimos 15 anos é favorável à implantação da medida.

Saúde
Os médicos, no entanto, alertam que a mudança no horário pode ser prejudicial à saúde.
Segundo José Cipolla Neto, professor do departamento de fisiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (Universidade de São Paulo), de 10% a 15% das pessoas não conseguem se ajustar à alteração.
Os demais, de acordo com ele, demoram de cinco a dez dias para se adaptar.
As pessoas mais afetadas pelo novo horário, segundo os médicos, são as que dormem muito tarde ou acordam muito cedo.
O médico Alberto Jorge Remesar Lopez, do Instituto do Sono da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), lembra que as pessoas passam a perder a última hora do sono, quando costumam sonhar.
Ele diz que a mudança afeta o relógio biológico (área do cérebro que coordena o tempo de funções do corpo) do ser humano e pode provocar efeitos colaterais como sonolência e perda de concentração.
"A probabilidade de acidentes de trabalho também aumenta. A atenção e a eficiência são prejudicadas", diz Cipolla Neto.
Ele afirma que "não há o que fazer" para minimizar os danos.
"A única forma de resolver isso é por meio de medicamentos ou procedimentos terapêuticos. Mas isso não pode ser feito indiscriminadamente."


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