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SAÚDE
Infecção provocou morte de três bebês em AL
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
Exames realizados em 13 corpos
de bebês mortos na maternidade
Santa Mônica, de Maceió (AL) revelam que a infecção hospitalar
matou 3 deles, desde quarta-feira
passada.
A informação foi dada ontem
pelo diretor-geral da Santa Mônica, Robson Vieira. A instituição é
a única da cidade a atender recém-nascidos de alto risco. Vieira
disse que três dos bebês foram vítimas de bactérias que causam
pneumonia.
Segundo ele, a suspeita é de que
um bebê que deu entrada na maternidade vindo do interior tenha
levado a bactéria para dentro da
UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da maternidade. Ainda há
quadro bebês na UTI com suspeita de terem contraído pneumonia
dentro da maternidade.
Em relação às outras dez mortes, os exames mostraram que
elas foram provocadas por problemas cardíacos e congênitos de
recém-nascidos prematuros, cuja
a vida era classificada por Vieira
como "inviável". O mesmo laudo
sobre as mortes foi confirmado
pelo CRM (Conselho Regional de
Medicina) do Estado.
O CRM-AL preparou relatório
que diz que a maternidade não
respeita padrões internacionais.
O documento, obtido pela Agência Folha, é assinado pela fiscal do
CRM-AL Ana Marluce Pitta
Duarte. Faltam termômetros e
respiradouros artificiais, diz o
texto.
Entre as falhas consideradas
graves está a "insuficiência do espaço físico". Na Santa Mônica, há
dois leitos da UTI neonatal em cada 5m2. Os padrões internacionais
exigem 5m2 para cada leito, medida que dificultaria a transmissão
da infecção hospitalar.
A maternidade também não
possui posto de preparo de medicação equipado com balcão e pia,
posto de enfermagem com visão
centralizada dos leitos e área própria para amamentação e ordenha. Não há também carro de reanimação de pacientes, diz o CRM-AL.
A falta de equipamentos deixa a
maternidade sem condições de
realizar alguns procedimentos
médicos, entre eles a traqueostomia (colocação de um tubo de
plástico na traquéia para facilitar
a respiração) e cateterismo, além
da falta de equipamentos para
oxigenoterapia.
"Estamos preparando um novo
relatório com sugestões para enquadrar a Santa Mônica nos padrões internacionais. As deficiências apontadas aumentam a possibilidade de mortes na maternidade", afirmou o presidente do
CRM-AL, Emanoel Fortes.
O governador Ronaldo Lessa
(PSB) visitou ontem a maternidade e reconheceu que há falhas, como falta estrutura física e de pessoal. Ele prometeu resolver os
problemas de equipamentos e estruturais em 45 dias.
"Os laudos sobre as mortes
mostram que não houve falha humana, mas sim a infeliz coincidência de vários bebês sem chance de sobrevivência terem entrado na maternidade em período
muito curto de tempo", afirmou.
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