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LEGISLATIVO
Ministério Público afirma ter provas de que a vereadora tentou favorecer empresa de ônibus
Promotor pede afastamento de Athiê
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Promotoria de Justiça da Cidadania ingressou na última terça-feira com uma ação de responsabilidade por ato de improbidade administrativa contra a vereadora Myryam Athiê (PPS) e mais
cinco pessoas. A existência da
ação foi divulgada ontem.
Os promotores pedem que seja
concedida uma liminar para afastar imediatamente a vereadora do
cargo e também para que ela tenha seus bens bloqueados -até o
valor de R$ 160 mil.
O pedido liminar de afastamento imediato da função pública
também atinge Milton Sérgio Júnior, ex-chefe de gabinete da vereadora, que hoje trabalha para a
Prefeitura de São Paulo.
Os promotores também querem que a Justiça decrete a quebra
do sigilo das movimentações bancárias feitas nos meses de janeiro e
fevereiro por Athiê e por seu ex-chefe de gabinete, que também é
réu na ação de improbidade.
A ação foi distribuída à 3ª Vara
da Fazenda Pública e ainda não
chegou às mãos do juiz Valter
Alexandre Mena. Ele receberá o
processo hoje e deve decidir sobre
o pedido de liminar nesta semana.
Também são réus na ação o presidente da São Paulo Transporte,
Gerson Luís Bittencourt, o advogado Jorge Fukuda, a advogada
Roberta Lanhoso, que trabalha na
São Paulo Transporte, e a empresa de ônibus Transportes Urbanos Cidade Tiradentes.
A Promotoria afirma ter provas
de que a vereadora Myryam
Athiê, em janeiro deste ano, interveio em favor da viação Cidade
Tiradentes, que estava sob intervenção da São Paulo Transporte.
Em troca de sua atuação, segundo testemunhas da Promotoria, a
vereadora teria recebido R$ 40
mil. A viação fez um contrato com
o advogado Fukuda, no valor de
R$ 250 mil, dos quais R$ 50 mil seriam destinados a Athiê. Três testemunhas confirmaram à Promotoria que Athiê recebeu R$ 40 mil.
Na última segunda-feira, o advogado Julio César De Nigris, que
representa o dono da viação,
prestou depoimento à Promotoria e disse que Athiê teria se oferecido para pagar R$ 250 mil de honorários para ele. Em troca, deveria garantir o silêncio de seu cliente e conseguir um depoimento favorável a ela do ex-gerente da viação Marcos José Cândido da Silva.
A Promotoria pede que a ação
seja julgada procedente no mérito, para que os seis réus sejam
condenados a devolver os R$ 40
mil aos cofres públicos e a pagar
uma multa civil de R$ 120 mil.
Os promotores também querem que os réus sejam condenados à perda da função pública e à
suspensão dos direitos políticos
por até dez anos.
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