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VIAGEM ADIADA
Prazo para a entrega dos documentos pode chegar a 30 dias; Polícia Federal atribui lentidão à Casa da Moeda
Sem capas, PF atrasa emissão de passaportes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal vem emitindo
passaportes com atraso, que em
alguns casos chega a 30 dias, desde a semana passada. A fila de espera pelo documento já ultrapassa 12 mil pessoas e deve ser regularizada a partir de quarta-feira. O
órgão atribui a culpa da lentidão à
Casa da Moeda, que não teria entregue um lote de 10 mil unidades
no dia 20 de setembro.
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da Casa da
Moeda não respondeu até a conclusão desta edição.
A PF nega que tenha havido incompetência. Segundo a assessoria do diretor-geral, Paulo Lacerda, a emissão de passaportes é
"uma das maiores" fontes de renda. O órgão retém 64% da arrecadação, o que rendeu R$ 66,3 milhões no ano passado -552 mil
passaportes emitidos.
Segundo a PF, foi firmado um
convênio com a Casa da Moeda
para fornecimento de 1 milhão de
unidades do documento no biênio 2003/2004. Apenas no primeiro semestre deste ano, a PF concedeu 348 mil passaportes.
Os carregamentos são semanais
e giram em torno de 10 mil unidades. A PF foi informada pela Casa
da Moeda que o atraso se deu por
"problemas" na matéria-prima
utilizada na confecção das capas
dos passaportes. Na sexta, um lote
emergencial com 8.000 passaportes foi repassado à PF. Amanhã,
devem ser entregues outras 15 mil
unidades. Na maior parte das vezes, o passaporte fica pronto em
três dias. Nos Estados, o prazo varia de 15 minutos a dez dias.
Outro grande atraso na emissão
do documento ocorreu em julho
de 1994, quando houve uma greve
de policiais federais por reajuste
salarial. Na ocasião, o Exército interveio e cuidou da emissão dos
passaportes para que o serviço
fosse retomado.
Renovação
Em 2002, a PF realizou licitação
para trocar o modelo do passaporte usado no Brasil. O modelo
nacional não atende nenhuma
das nove recomendações internacionais de segurança. O novo formato será semelhante ao de um
cartão de crédito. Devido à grande miscigenação da população, o
passaporte brasileiro é um dos
mais cobiçados para a falsificação. Na avaliação da PF, qualquer
estrangeiro poderia ter aparência
de brasileiro.
A licitação foi suspensa pelo Ministério da Justiça em junho. Apenas a Itautec-Philco apresentou
proposta. O contrato prevê repasse de R$ 569,2 milhões para o fornecimento de 11 milhões de passaportes em cinco anos.
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