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outro lado
Apuração da FAB não é isenta, diz defesa de controladores
Advogado afirma que a Aeronáutica tem interesse em esconder os próprios defeitos
DA COLUNISTA DA FOLHA
O advogado Roberto Sobral,
que defende os controladores
de tráfego aéreo num outro
IPM (Inquérito Policial Militar), para apurar se houve crime de motim na greve de 30 de
março passado, disse ontem
que "a FAB não é isenta para
apurar, pois ela tem interesse
em esconder os defeitos e falhas dela própria".
Segundo ele, a intenção do
Comando da Aeronáutica no
indiciamento de controladores
"é tentar jogar a culpa [dos seus
próprios defeitos] nos outros".
Sobral defende uma auditoria internacional para avaliar as
condições de controle de tráfego aéreo no Brasil e diz que a
Aeronáutica recusa a iniciativa
porque sabe que o resultado será contra ela própria.
Por telefone, ele não quis responder aos itens do IPM sobre
o acidente entre o Boeing da
Gol e o jato Legacy, alegando
não conhecer os detalhes: "Temos todos os dados do outro inquérito, mas esse aí [do acidente] está cercado de pressões silenciosas, eles [a Aeronáutica]
estão sonegando todas as informações, em nome de uma utópica segurança".
Reclamou, ainda, que a FAB
"trata desse inquérito como se
fosse um segredo estratégico,
como se o Brasil vivesse hoje
numa guerra". Em vez de detalhes do texto, o advogado dos
controladores cobra: "O objetivo é omitir informações importantíssimas sobre as falhas dela. Por que não aceita a auditoria internacional? É por isso".
De acordo com o advogado
Roberto Sobral, dos cinco controladores indiciados, dois continuam trabalhando: Leandro
José Santos de Barros e Lucivando Tibúrcio de Alencar.
João Batista da Silva se aposentou e Felipe Santos dos Reis e
Jomarcelo Fernandes dos Santos estão afastados.
Deficiência
Roberto Sobral disse que, de
fato, há deficiências na formação de controladores e acusou:
"Tem controlador que senta no
console de qualquer jeito, sem
nem ao menos saber falar inglês, só porque os superiores
mandam".
Citou um exemplo: o sargento Jomarcelo Fernandes dos
Santos, um dos cinco indiciados no IPM encaminhado pelo
comandante da Aeronáutica,
brigadeiro Juniti Saito, à Justiça Militar. Segundo o advogado, Jomarcelo foi rejeitado pelos próprios controladores especialistas, por não falar inglês,
mas assumiu e ficou na função
por determinação superior.
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