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Apuração aponta que rádio do Legacy não funcionou por estar na freqüência errada
DA COLUNISTA DA FOLHA
O IPM sobre o acidente da
Gol joga luz sobre um dos dois
grandes mistérios que ainda
persistem do acidente: o rádio
do Legacy não funcionou porque estava na freqüência errada. Esse é, diz o relatório, "um
ponto de capital importância".
O Legacy sobrevoou Brasília
e entrou na aerovia UZ-6, rumo
a Manaus, com a freqüência
125.05 MHz, própria para o setor 9. Os pilotos haviam sido informados pelo controle de Brasília, às 15h50, dessa freqüência. Mas ao entrar no setor seguinte, o 7 (onde ocorreu o acidente), o Legacy deveria usar a
freqüência 135.9 MHz.
Pelo inquérito, o controlador
Jomarcelo Fernandes dos Santos deveria ter atualizado a freqüência de rádio e corrigido a
altitude do avião para o nível de
36 mil pés -e não o fez.
"Como o sargento Jomarcelo
não orientou o N600XL [Legacy] para que efetuasse qualquer mudança de freqüência na
passagem do setor 5 para o setor 7, é de se pressupor que a
aeronave tenha mantido sintonizada a freqüência 125.05
MHz", diz o relatório.
Assim, o contato com Brasília poderia ser até no máximo
170 milhas náuticas, mas a 1ª
tentativa de contato com o jato
foi feita pelo controlador Lucivando Tibúrcio quando o Legacy já estava 210 milhas náuticas distante da capital.
Isso explica por que, apesar
de o Cindacta-1 não conseguir
falar com o Legacy, a comunicação fluía facilmente com outras aeronaves que circularam
no mesmo período e lugar.
O relatório aproveita a informação para desautorizar as críticas, surgidas à época do acidente, de que haveria um "buraco negro" na região amazônica que inviabilizaria as comunicações e tornaria arriscado
voar no país.
O IPM não investigou o outro
grande mistério do acidente -o
transponder inoperante. Se
houver uma definição precisa
será de uma outra investigação,
a conduzida pelo Cenipa (o
centro de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos), subordinado ao próprio
Comando da Aeronáutica.
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