São Paulo, domingo, 02 de outubro de 2011

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Desafio de shopping é recuperar sua imagem, afirma especialista

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Corredores vazios e consumidores desconfiados. Mais do que solucionar a questão ambiental, que pode interditar o prédio, o Shopping Center Norte terá de se preocupar em recuperar sua imagem.
Os efeitos da crise que envolve o shopping -com notícias de contaminação por gás metano e risco de explosões- sobre a imagem dele podem ter efeitos duradouros e prolongados. Antes lotado, o Center Norte já sente o reflexo da crise. Lojistas apontam forte queda nas vendas.
Recuperar a imagem e trazer de volta os clientes pode levar meses, anos, talvez décadas. Sem um plano, pode nunca acontecer. É o que apontam especialistas ouvidos pela Folha.
Eles relataram casos de empresas envolvidas em problemas sérios que montaram planos de recuperação de imagem para reconquistar espaço no mercado.
São casos como o do laboratório Schering, fabricante do anticoncepcional Microvlar, que, na década de 1990, teve lotes lançados sem nenhum princípio ativo. Mulheres engravidaram mesmo tomando o medicamento.
Outro caso é o da companhia aérea TAM, que teve dois acidentes no aeroporto de Congonhas, em São Paulo -um em 1996, quando morreram 99 pessoas; outro em 2007, com 199 mortes.
"Depois do primeiro momento [da crise], é preciso montar um plano de relacionamento para recuperar a imagem. Sem isso, a empresa pode até fechar", diz Flávio Schmidt, presidente do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas.
Schmidt, falando em tese (ele disse não conhecer o caso do Center Norte), afirma que, em momentos de crise, a empresa precisa fazer dois movimentos: tomar medidas rápidas para resolver o problema e demonstrar isso.
"Não é possível salvar a imagem ou a reputação sem resolver a questão que gerou a crise. E não pode fazer cortina de fumaça", diz. Schmidt afirma que empresas que tinham uma "reserva de boa vontade", pelo relacionamento anterior com seus clientes, costumam ter mais facilidade para recuperar a imagem. Ele lembra que, além da crise em si, a empresa sempre precisa enfrentar outras duas crises: a da imprensa e a das redes sociais. "Toda organização tem de ter um plano permanente de imagem institucional. Isso serve para construir essa reserva de imagem."



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