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José Correa, o maior devedor do BB
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
José Arlindo Passos Correa tinha uma vida pacata e
uma bela casa em Votuporanga, interior de São Paulo,
com a mulher e os dois filhos.
Era um cidadão no mínimo
perspicaz, dono de empresas
e fazendas -mas que ficou
conhecido mesmo em todo o
país como o maior devedor
de crédito agrícola da história do Banco do Brasil.
Quando uma revista publicou um perfil pouco elogioso
sobre ele, em 1999, sua dívida
com o banco era tida como
superior a R$ 300 milhões
-valor que hoje, atualizado,
pode passar de R$ 500 milhões e que, somado a outras
dívidas com o Fisco e outros
bancos oficiais, pode chegar
a R$ 1 bilhão. Que ele nunca
pagou -julgava injustos os
juros cobrados pelo banco e
dizia precisar de mais crédito, de mais "oxigênio" para
sanar a dívida.
Tampouco foi punido pelos mais de 300 processos
contra suas empresas na
Justiça -Correa tinha tantos credores que uns tentam
tomar dos outros algum naco
dos bens do empresário.
Por isso é provável que o
maior deles, o BB, nunca
mais veja a cor do dinheiro
devido, por ser o último na fila de espera. Se seus bens fossem vendidos, seria preciso
pagar os impostos atrasados,
depois as dívidas trabalhistas
e, caso sobrasse alguma coisa, aí iria para o banco.
Cardíaco, Correa sentiu
dores no peito na última terça e foi levado pela família
para um hospital em São José do Rio Preto. Morreu de
infarto, aos 58 anos.
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