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Homicídios caem 23% em SP; são 14 por dia
Em 2006, a média de assassinatos foi de mais de 18 por dia; queda nos homicídios dolosos (com intenção) é maior na capital
Os casos de seqüestro estão
estáveis -entre janeiro e setembro, foram 85 no Estado; ocorreram 89 no mesmo período de 2006
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os principais índices de criminalidade no Estado de São
Paulo caíram nos primeiros nove meses deste ano se comparados aos do mesmo período de
2006. O total de homicídios dolosos (com intenção), por
exemplo, caiu 23,3%, sendo
que a maior queda foi registrada na capital paulista: 27,67%.
Os casos de seqüestro também caíram, mas em menor
proporção: passaram de 89 nos
primeiros nove meses de 2006
para 85. Os registros de seqüestro relâmpago não entram nessas estatísticas.
As informações referentes ao
terceiro trimestre deste ano foram divulgadas ontem pela administração José Serra
(PSDB). Dos 15 principais índices de violência no Estado,
houve aumento apenas em
dois: roubo e de ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas.
Apesar da queda na maioria
dos índices de criminalidade,
os números ainda assustam:
até 30 de setembro deste ano,
3.871 pessoas foram assassinadas no Estado - mais de 14 por
dia. Em 2006, foram 5.049, média diária de mais de 18 vítimas.
A queda nos assassinatos intencionais em São Paulo é permanente desde 1999, quando
ocorreram 9.530 casos nos três
primeiros trimestres -redução
de 61,6%. Mas, em 1999, o governo só divulgava o total de
ocorrências e não de vítimas.
O sociólogo Túlio Kahn, que
apresentou as novas estatísticas, disse "achar bastante estranho" que, mesmo com quedas em crimes graves como homicídio e latrocínio, "ainda
exista uma forte sensação de
insegurança da população".
Kahn é da Coordenadoria de
Análise e Planejamento (CAP),
principal órgão do governo Serra de controle estatístico da criminalidade. Todos os meses o
governo faz pesquisas para medir, em pontos estratégicos do
Estado, o quanto o paulista diz
se sentir seguro ou não. Mas esses dados não são revelados.
Roubo seguido de morte
Os crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) registraram redução de 18,5% no total
de vítimas.
Em 2006 (entre janeiro e setembro), em 187 latrocínios,
264 pessoas foram mortas no
Estado; neste ano, foram 215
vítimas em 166 casos.
Assim como nos assassinatos
intencionais, não há dados sobre o total de vítimas nesse tipo
de crime em 1999, por exemplo.
Das 3.871 pessoas mortas entre janeiro e setembro deste
ano, 1.473 foram assassinadas
em cidades do interior do Estado. O governo divulga os dados
por três regiões: capital, Grande São Paulo e interior.
No mesmo período de 2006,
o interior teve 1.870 vítimas de
assassinato, a capital, 1.724 e a
Grande São Paulo, 1.455.
De acordo com Túlio Kahn, o
grande número de casos em
municípios do interior tem
uma explicação: as políticas de
inteligência policial são aplicadas primeiramente nas regiões
onde existe maior concentração populacional.
"Hoje, 60% da população do
Estado já é atendida pelo Infocrim [base de dados com informações criminais mantida pela
Secretaria de Segurança]. Até o
fim deste governo, pretendemos atender toda a população e
isso contribuirá para melhorar
os índices no interior", fala.
Roubos
Os casos de roubo apresentaram aumento de 3% entre 2006
e 2007. Foram 160.590 ocorrências nos primeiros nove meses de 2006 para 165.329 neste
ano. Na Grande São Paulo,
o aumento foi maior: 6,2%. No
interior, 1,79% e, na capital,
2,3%.
Na explicação de Kahn, o aumento dos casos de roubo se
deve ao fato de que mais pessoas passaram a ter acesso a
mais bens como telefones celulares e eletroeletrônicos, que
são bens de valor agregado bastante visados pelos criminosos.
Policiais mortos
Mesmo sem o fenômeno na
segurança pública que marcou
o ano de 2006, em especial o segundo trimestre por conta dos
ataques da facção criminosa
PCC (Primeiro Comando da
Capital), este ano é considerado bastante violento para os
policiais que atuam no Estado
de São Paulo.
Enquanto em 2006 foram 27
policiais (civis e militares)
mortos, em 2007 foram 29.
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