São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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VOO 3054

Relatório da Aeronáutica não acha responsáveis por acidente

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Aeronáutica concluiu que não é possível atestar se houve falha humana ou mecânica no acidente com o Airbus da TAM, que matou 199 pessoas em 2007.
Após dois anos de apuração, restaram duas hipóteses: 1) o piloto esqueceu ou colocou um dos manetes na posição errada; 2) houve erro no sistema de controle de potência dos motores.
A caixa preta do Airbus que fazia o voo 3054 da TAM mostrou que um dos manetes estava em posição de aceleração no momento do acidente, quando o correto seria estar em ponto morto.
O relatório final de investigação do Cenipa foi apresentado anteontem, em Brasília. O acidente foi considerado o maior da história do setor aéreo brasileiro.
Como fatores que contribuíram para o acidente, o Cenipa apontou o treinamento insuficiente do copiloto e a falta de um mecanismo de alarme da aeronave, que mostrasse que um dos manetes não estava na posição correta.
Em relação à regulação, o Cenipa também relatou a ausência de norma para proibir que aeronaves pousassem em Congonhas sem todos os reversos funcionando em caso de pista molhada, como ocorreu no dia do desastre com o avião da TAM. Essa regra só passou a vigorar no ano passado.
O relatório traz ainda 83 recomendações a órgãos de fiscalização, companhias aéreas e fabricantes.
O resultado da investigação será enviado ao Ministério Público Federal. A TAM informou que não iria se pronunciar sobre o relatório.
O objetivo da investigação da Aeronáutica não é indicar responsáveis. A Polícia Federal não apontou responsáveis pelo acidente em seu inquérito. A apuração da Polícia Civil indicou como responsáveis 11 pessoas, entre dirigentes de TAM, Infraero e Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O clima durante a apresentação do relatório para imprensa foi tenso. Parte dos 78 familiares que foram a Brasília para conhecer os resultados da investigação da Aeronáutica estava no auditório e se exaltou, principalmente nas questões sobre a possível falha do piloto e copiloto.


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