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Adolpho Lutz rejeita mais lotes do Contracep
Anticoncepcional injetável já foi recolhido do mercado após testes apontarem taxa de hormônio menor em três lotes
Pelo menos três mulheres dizem ter engravidado usando o medicamento, que é produzido pelo laboratório EMS-Sigma Pharma
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais dois lotes do anticoncepcional injetável Contracep,
da EMS-Sigma Pharma, foram
reprovados anteontem pelo
Instituto Adolpho Lutz e pelo
CVS paulista (Centro de Vigilância Sanitária), da Secretaria
de Estado da Saúde.
O medicamento foi interditado em todo o país no último dia
12 após exames feitos pelo Lutz
em três lotes identificarem taxas de hormônio abaixo do previsto para evitar a gravidez. Há
ao menos três casos de mulheres que dizem ter engravidado
usando o Contracep.
A Folha apurou que as 170
ampolas analisadas agora pelo
Adolpho Lutz -dos lotes
103971-2 e 080493-1- foram
consideradas "insatisfatórias".
O primeiro lote foi reprovado
em razão do aspecto -o conteúdo da ampola estava gelatinoso, em vez de líquido.
Já o segundo, além do aspecto, também tinha problemas
com o volume total de líquido
na ampola -inferior a 1,15 ml
indicado na bula. Os dois lotes
têm cerca de 140 mil ampolas.
Desta vez, o Adolpho Lutz
não avaliou a densidade e o
teor dos componentes do produto -a quantidade de hormônio, por exemplo- porque a
empresa não teria fornecido
essas informações aos técnicos.
O resultado indica que a extensão dos problemas com o
anticoncepcional pode ir além
dos três lotes inicialmente condenados. Ontem, a EMS-Sigma
Pharma, por meio da assessoria de imprensa, confirmou ter
sido recebido o laudo com análises e informou que os dados
ainda serão avaliados.
Na última terça, a empresa
conseguiu, por meio de liminar, mais 30 dias para que seja
feito um novo exame dos lotes
pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade
em Saúde). Isso deve prorrogar
o prazo para o fim das investigações feitas pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), inicialmente
previsto para o próximo dia 12.
Segundo a Folha apurou,
técnicos da EMS foram convidados pelo Lutz para acompanhar os últimos testes, mas não
compareceram.
Em razão disso o órgão solicitou um representante do Laboratório de Controle de Medicamentos da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da
USP, que acompanhou a realização das análises na condição
de testemunha.
Ontem, a Anvisa informou
que os novos resultados do
Adolpho Lutz não comprometem a saúde da população porque todos os lotes do Contracep já estão interditados desde
o último dia 12. A agência não
quis comentar os resultados da
análise sob a alegação de que o
processo investigatório ainda
está em curso.
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