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Copacabana tem dia com violência e bomba
Ônibus é incendiado e assalto termina com explosão de artefato caseiro; ações ocorreram após ocupação policial em favelas
Três pessoas foram detidas na noite de ontem com uma granada e quatro litros de gasolina; elas são acusadas de defender traficantes
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Um ônibus foi incendiado no
início da noite de ontem na avenida Nossa Senhora de Copacabana e uma bomba caseira lançada na Princesa Isabel, em Copacabana, no Rio. Segundo a
polícia, os atos foram reação de
criminosos. Traficantes de drogas estariam revoltados com a
ocupação pela polícia do complexo de favelas do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo.
No começo da noite, três pessoas, moradoras do Pavão-Pavãozinho, foram detidas em
Ipanema acusadas de atuar em
defesa dos traficantes. Com
elas foram apreendidos uma
granada e um latão contendo 4
litros de gasolina. Segundo a
polícia, dois adultos e um menor de idade são suspeitos de
incendiar o ônibus e estariam
planejando outros ataques.
O ônibus foi incendiado por
volta das 18h entre as ruas Joaquim Nabuco e Rainha Elizabeth. O veículo estava parado,
vazio, no ponto final. Não houve registro de feridos até a conclusão desta edição.
Com medo de as chamas se
alastrarem, os bombeiros chegaram a esvaziar um prédio
próximo ao veículo destruído.
Pouco antes, à tarde, após o
assalto a uma lanchonete, houve perseguição em Copacabana, que culminou com a explosão de uma bomba caseira na
esquina da avenida Atlântica
com a avenida Princesa Isabel.
Um suspeito foi baleado e outros dois foram presos.
O secretário de Segurança,
José Mariano Beltrame disse
que a repressão ao tráfico continuará. "Essas manifestações
são as últimas de um poder que
acabou ontem [anteontem].
Não vamos nos afastar da nossa
proposta de devolver o território aos seus verdadeiros donos", disse ele, em referência à
ação policial no complexo.
A ocupação policial do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo é a
primeira fase da implantação
da Unidade de Polícia Pacificadora na comunidade, o que deve ocorrer ainda neste ano. Começou anteontem e não tem
prazo para terminar.
Ameaças
No início da tarde comerciantes da rua Sá Ferreira, um
dos acessos à favela do Pavão-Pavãozinho, fecharam as lojas
depois que supostos emissários
do tráfico de drogas os ameaçaram caso continuassem em
funcionamento.
A ordem para o fechamento
do comércio também seria uma
espécie de resposta dos traficantes à ocupação do complexo
pela Polícia Militar.
De acordo com os lojistas,
homens em motocicletas passaram avisando que quem
mantivesse os estabelecimentos comerciais em funcionamento seria morto a tiros de fuzil. As lojas seriam destruídas
por granadas.
Rapidamente, fecharam todas as lojas do quarteirão da Sá
Ferreira entre a rua Raul Pompeia e a avenida Nossa Senhora
de Copacabana. Na avenida,
houve lojas fechadas também
no trecho em direção à rua
Djalma Ulrich.
Com a chegada de mais policiais ao local, o comércio foi aos
poucos sendo reaberto. Nove
suspeitos foram detidos, entre
eles quatro menores de 18 anos.
Entre os presos estaria uma irmã adolescente do traficante
Paulo Henrique Duarte Corrêa,
o Juca Bala, acusado de ser gerente do tráfico no complexo.
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