São Paulo, quarta-feira, 02 de dezembro de 2009

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Copacabana tem dia com violência e bomba

Ônibus é incendiado e assalto termina com explosão de artefato caseiro; ações ocorreram após ocupação policial em favelas

Três pessoas foram detidas na noite de ontem com uma granada e quatro litros de gasolina; elas são acusadas de defender traficantes

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Um ônibus foi incendiado no início da noite de ontem na avenida Nossa Senhora de Copacabana e uma bomba caseira lançada na Princesa Isabel, em Copacabana, no Rio. Segundo a polícia, os atos foram reação de criminosos. Traficantes de drogas estariam revoltados com a ocupação pela polícia do complexo de favelas do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo.
No começo da noite, três pessoas, moradoras do Pavão-Pavãozinho, foram detidas em Ipanema acusadas de atuar em defesa dos traficantes. Com elas foram apreendidos uma granada e um latão contendo 4 litros de gasolina. Segundo a polícia, dois adultos e um menor de idade são suspeitos de incendiar o ônibus e estariam planejando outros ataques.
O ônibus foi incendiado por volta das 18h entre as ruas Joaquim Nabuco e Rainha Elizabeth. O veículo estava parado, vazio, no ponto final. Não houve registro de feridos até a conclusão desta edição.
Com medo de as chamas se alastrarem, os bombeiros chegaram a esvaziar um prédio próximo ao veículo destruído.
Pouco antes, à tarde, após o assalto a uma lanchonete, houve perseguição em Copacabana, que culminou com a explosão de uma bomba caseira na esquina da avenida Atlântica com a avenida Princesa Isabel. Um suspeito foi baleado e outros dois foram presos.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame disse que a repressão ao tráfico continuará. "Essas manifestações são as últimas de um poder que acabou ontem [anteontem]. Não vamos nos afastar da nossa proposta de devolver o território aos seus verdadeiros donos", disse ele, em referência à ação policial no complexo.
A ocupação policial do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo é a primeira fase da implantação da Unidade de Polícia Pacificadora na comunidade, o que deve ocorrer ainda neste ano. Começou anteontem e não tem prazo para terminar.

Ameaças
No início da tarde comerciantes da rua Sá Ferreira, um dos acessos à favela do Pavão-Pavãozinho, fecharam as lojas depois que supostos emissários do tráfico de drogas os ameaçaram caso continuassem em funcionamento.
A ordem para o fechamento do comércio também seria uma espécie de resposta dos traficantes à ocupação do complexo pela Polícia Militar.
De acordo com os lojistas, homens em motocicletas passaram avisando que quem mantivesse os estabelecimentos comerciais em funcionamento seria morto a tiros de fuzil. As lojas seriam destruídas por granadas.
Rapidamente, fecharam todas as lojas do quarteirão da Sá Ferreira entre a rua Raul Pompeia e a avenida Nossa Senhora de Copacabana. Na avenida, houve lojas fechadas também no trecho em direção à rua Djalma Ulrich.
Com a chegada de mais policiais ao local, o comércio foi aos poucos sendo reaberto. Nove suspeitos foram detidos, entre eles quatro menores de 18 anos. Entre os presos estaria uma irmã adolescente do traficante Paulo Henrique Duarte Corrêa, o Juca Bala, acusado de ser gerente do tráfico no complexo.


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