|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RÉVEILLON
Empresas se acusam mutuamente e negam uso de PVC
Família de turista morto pretende processar responsáveis pelo evento
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
A família do mecânico paulista
José Maria Martins, 44, que morreu após ser atingido por estilhaços de fogos de artifício durante o
réveillon em Copacabana, disse
que pretende processar os responsáveis pelo evento.
A polícia do Rio abriu inquérito
para apurar a responsabilidade
pela explosão. As duas empresas
que estão sendo investigadas, entretanto, se acusam mutuamente
e ambas negam ter utilizado tubos de PVC no revestimento das
bombas -segundo médicos, o
material causou a maioria dos ferimentos das vítimas.
O diretor do Dfae (Divisão de
Fiscalização de Armas e Explosivos), Fernando Oséas, disse que
todos os pontos de fogos foram
vistoriados, e que não foi encontrado nenhum tubo de PVC na
praia, mas ele admite que a chuva
que caiu durante o réveillon pode
ter atrapalhado a fiscalização.
Pelo menos 39 pessoas, entre
elas 11 crianças, sofreram ferimentos em consequência da explosão de bombas instaladas na
praia. Elas receberam os primeiros medicamentos de bombeiros
de plantão na orla e depois foram
levadas para o hospital Miguel
Couto, na Gávea (zona sul), com
fraturas, lesões e queimaduras.
Martins morreu anteontem, depois de ter sido operado. Ele sofreu perfuração na laringe, fratura
no tórax e queimaduras de segundo grau nos braços.
O mecânico havia viajado para
o Rio para comemorar a festa de
fim de ano com o cunhado José
Lino, 30. Na hora da explosão, ele
usou o próprio corpo para proteger Rivaldo dos Santos, 4, filho de
Lino, que sofreu lesões e queimaduras nos braços e nas nádegas.
Ontem, a ex-mulher de Martins,
Maria Laudicéia Martins, 44, chegou ao Rio acompanhada do filho
Hugo Itamar, 16. "Eu não esperava uma coisa dessas. São os desígnios de Deus", disse, bastante
emocionada. Ela afirmou que irá
processar os responsáveis pelo
evento e que houve negligência
durante os primeiros socorros.
A 13ª Delegacia de Polícia está
investigando a Promo 3, contratada pela Abih (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira) para
realizar a queima de fogos em Copacabana e no Leme, e a Brasitália, que lançou cerca de 1.000
bombas a pedido da boate Help (a
explosão aconteceu em frente à
boate).
Texto Anterior: Violência: Tiroteio assusta moradores da Tijuca Próximo Texto: Inquérito em SP demorará 40 dias Índice
|