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Prefeitos prevêem problemas em toda a temporada
Falta de água, congestionamento e acúmulo de lixo devem afligir turistas que buscarem o litoral nas férias e no Carnaval
Prefeito de Praia Grande afirma que o Estado precisa fazer obras adicionais na Imigrantes para amenizar
o gargalo no trânsito
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRAIA GRANDE
São Sebastião, que recebeu
cerca de 400 mil turistas no feriado do Réveillon, e Praia
Grande, que tem uma população de 250 mil habitantes e
chegou a 1,3 milhão de pessoas
no período, prevêem novos
problemas de falta de água,
acúmulo de lixo e congestionamento na temporada de verão.
Isso porque a solução para
esses problemas que afligiram
os turistas no litoral nos últimos dias depende de medidas
de médio e longo prazo.
Juan Manoel Pons Garcia
(PPS), prefeito de São Sebastião, no litoral norte de SP,
acredita que principalmente no
Carnaval deve ocorrer desabastecimento. "Esperamos receber cerca de 500 mil pessoas."
A Sabesp anunciou ontem
um rodízio de água em São Sebastião. Das 12h às 20h será fechado o abastecimento para os
bairros Enseada, Canto do Mar,
Jaraguá e Perequê com o objetivo de poder atender às partes
mais altas também, que hoje
sofrem com desabastecimento.
Já o prefeito de Praia Grande
(litoral sul), Alberto Mourão
(PSDB), disse que, se falar que
não haverá falta d'água no período, estará "mentindo".
"Você tem um volume maior
de consumo, ou seja, a pressão
na tubulação cai vertiginosamente. Água para suprir, tem.
O que não tem é suficiente
pressão na tubulação. As pessoas precisam começar a ter
controle no consumo", disse.
Mourão também afirmou
que a prefeitura tem pedido aos
prédios para que façam reservatórios inferiores maiores.
Benedito Felipe Costa, superintendente da Sabesp no litoral norte, diz que, com o excesso de consumo, não há pressão
suficiente para abastecer as regiões mais altas de São Sebastião. Ele acredita que o rodízio
irá até domingo, quando a situação tende a se normalizar.
"Esse é o período mais crítico."
Segundo ele, no Carnaval o
problema não deve voltar a
ocorrer. "Pela nossa experiência, o número de pessoas é menor nessa época."
A solução definitiva para São
Sebastião, segundo o superintendente da Sabesp, só virá
com a ampliação da produção
de água em Caraguatatuba e do
sistema de bombeamento entre as duas cidades.
Costa diz que Ilhabela, Caraguá e Ubatuba tiveram poucas
reclamações sobre falta de
água. Segundo o secretário de
Turismo de Ubatuba, Luiz Felipe de Azevedo, em momentos
críticos houve falta de água nas
regiões de Itamambuca, Perequê-Mirim e Praia Grande.
"Mas não durou o dia inteiro."
Em Caraguá, a praia das Palmeiras e a praia do Aruan ficaram sem água.
Congestionamento
O prefeito de Praia Grande
disse que a solução para aliviar
o congestionamento nos feriados prolongados é a realização
de obras complementares da
segunda pista da Imigrantes, de
responsabilidade do Estado.
De acordo com Mourão, a
construção de viadutos no trecho de semáforos da Imigrantes, em São Vicente (74 km a
sudeste de SP), daria vazão ao
tráfego de quem deixa o litoral
sul sentido capital. Esses viadutos eliminariam os semáforos.
"A gente vem cobrando há
quatro anos essas obras", afirmou o prefeito. Além disso, ele
disse que a criação de uma alça
de acesso de 3.680 metros que
ligaria a via Expressa Sul, em
Praia Grande, à rodovia Padre
Manoel da Nóbrega também
seria uma opção.
Segundo ele, o estudo foi encaminhado para a secretaria estadual de Meio Ambiente. "Já
gastamos um recurso da prefeitura em obras que o Estado teria de fazer. Acho que está na
hora de o Estado fazer alguma
coisa dentro da cidade", disse.
A assessoria de imprensa da
Ecovias (concessionária do sistema Anchieta-Imigrantes) informou que as obras complementares da Imigrantes não
são de responsabilidade da empresa, mas do governo estadual.
A reportagem telefonou para
as assessorias de imprensa das
secretarias estaduais de Transportes e do Meio Ambiente,
mas não recebeu resposta até a
conclusão desta edição.
Recorde de lixo
Várias cidades do litoral tiveram recorde de coleta de lixo.
Em Ubatuba, a coleta passou de
60 toneladas por dia para 250
toneladas no dia 31 de dezembro, por exemplo.
São Sebastião precisa percorrer 250 quilômetros para levar
seu lixo para Tremembé, desde
o fechamento do lixão da Baleia, em 2005.
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