da Reportagem Local

Os desvios burocráticos e a idéia de auto-suficiência da Polícia Militar podem ser uma herança dos tempos em que a corporação era o Exército do Estado, o que perdurou até os anos 30.
Heloísa Fernandes, professora aposentada do curso de sociologia da USP e pesquisadora da história da PM paulista, diz que "a raiz militar" da corporação explicaria esses desvios.
"Por causa da raiz militar, há mais ênfase para atividades dentro do quartel do que para aquelas que ocorrem nas ruas", afirma.
Por isso, os policiais que fazem trabalhos burocráticos têm mais prestígio dentro da corporação. "Trabalho de rua significa correr riscos, estar sujeito a processos. Cabe aos mais desqualificados."
Para Alvaro de Aquino e Silva Gullo, professor de sociologia da USP que estuda a polícia, os "vícios" da corporação decorrem do fato de ser uma empresa pública e não seriam exclusivos da PM. "Como é ligada ao poder público, a polícia não precisa prestar contas a ninguém", afirma.
Gullo, que dá cursos na Academia da PM, diz, porém, que é grande entre os jovens oficiais a preocupação em aumentar o número de policiais nas ruas. (MCC)


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