São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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VIOLÊNCIA
Região metropolitana registrou 89 casos com 308 mortes
Número de chacinas aumenta
90% em SP e bate recorde em 98

SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local

O número de chacinas aumentou 90% em 98 em relação ao ano de 97. Foram 89 casos, com 308 mortos, contra 47 casos e 162 mortes ocorridos no ano retrasado.
Os índices de 98 são os maiores já registrados desde que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) passou a fazer o acompanhamento estatístico desses crimes, em 94 (veja quadro).
A capital concentra 60% das execuções -53, contra 36 ocorridos nos municípios da Grande SP. Entre as regiões da cidade, a zona sul lidera em número de casos -26, o que corresponde a 49% do total.
A última chacina do ano passado aconteceu à 1h do dia 30 de dezembro. Três jovens entre 14 e 20 anos foram assassinados no Jabaquara (zona sudoeste de SP).

Drogas
A polícia atribui o crime do Jabaquara a uma briga entre gangues pelo comando do tráfico de drogas nas favelas Vietnã e Souza Dantas.
Segundo as estatísticas, disputas desse tipo foram as principais causas de chacinas em 98, respondendo por 38,2% dos casos.
"Está havendo uma verdadeira guerra entre microtraficantes da periferia. Isso está fazendo os números subirem", diz o delegado Jurandir Corrêa de Sant'Anna, diretor da Divisão de Homicídios.
Para diminuir os índices, a Secretaria da Segurança Pública organizou uma brigada de combate ao tráfico reunindo o DHPP, o Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) e a tropa de choque da Polícia Militar. A missão do grupo é efetuar operações integradas de caça aos traficantes.
No começo deste ano, segundo o DHPP, essas operações devem ser a principal arma da polícia contra a criminalidade na periferia.
A região do 47º DP (Capão Redondo) e as favelas do Ceasa e do Jaguaré, que já foram rastreadas no mês passado, devem ser alvo de novas ações integradas.



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