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Bola Preta atrai 500 mil no Rio
Fantasiados de Branca de Neve, Lobo Mau e ex-ministra Matilde Ribeiro, foliões lotaram av. Rio Branco
O bloco superou o despejo sofrido em janeiro, por dívidas de condomínio e IPTU, com nova sede, recebida do governo do Rio
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de uma ação de despejo por dívidas de R$ 1,5 milhão de condomínio e de IPTU,
o bloco carnavalesco Cordão da
Bola Preta, o mais antigo do
Rio, levantou, sacudiu a poeira
e deu a volta por cima.
Levou 500 mil foliões à avenida Rio Branco, no centro carioca, segundo estimativas da
Polícia Militar e dos organizadores, contra 200 mil no Carnaval do ano passado.
"Isso aqui está maior do que
o Galo da Madrugada", exagerava o comerciante José Antônio Oliveira, em referência ao
bloco pernambucano considerado o maior do mundo pelo
Guiness, o livro dos recordes.
Não foi desta vez, José. Em Recife era 1,5 milhão de foliões.
Luiza Brunet, madrinha do
bloco (e também da escola de
samba Imperatriz Leopoldinense) acenava do alto e cantava a marchinha "quem não chora não mama, segura meu bem a chupeta, lugar quente é na cama, ou então no Bola Preta".
Ali na frente, no chão, Luiza
não ouvia, mas a versão que tocava era em batida de funk, na
síntese do humor escrachado e
irreverente dos cariocas.
Na rua do Ouvidor, o bloco
entalou. "É problema de bitola.
Tem mais gente do que avenida
na Rio Branco", afirmava o folião Carlos Silveira, fantasiado
nem ele sabe lá de quê.
Daqui a pouco, no meio da
multidão, um roubo de verdade. Um homem meio gordo, de
cabeça raspada, corre agachado. E a polícia ia atrás a passos
lentos. Não o pegou. Segundo a
PM, não houve outros tumultos nem incidentes graves.
Entre os fantasiados, uma
Branca de Neve de peito peludo, sem os anões, andava de
mãos dadas e fazia sanduíche
com um Lobo Mau e uma Bela
Adormecida. Mas não misturaram as histórias?
"No Carnaval do Rio é assim,
tudo maluco", explicava uma
ex-ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, cheia de
cartões de crédito nas mãos...
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