São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

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Bola Preta atrai 500 mil no Rio

Fantasiados de Branca de Neve, Lobo Mau e ex-ministra Matilde Ribeiro, foliões lotaram av. Rio Branco

O bloco superou o despejo sofrido em janeiro, por dívidas de condomínio e IPTU, com nova sede, recebida do governo do Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Depois de uma ação de despejo por dívidas de R$ 1,5 milhão de condomínio e de IPTU, o bloco carnavalesco Cordão da Bola Preta, o mais antigo do Rio, levantou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima.
Levou 500 mil foliões à avenida Rio Branco, no centro carioca, segundo estimativas da Polícia Militar e dos organizadores, contra 200 mil no Carnaval do ano passado.
"Isso aqui está maior do que o Galo da Madrugada", exagerava o comerciante José Antônio Oliveira, em referência ao bloco pernambucano considerado o maior do mundo pelo Guiness, o livro dos recordes. Não foi desta vez, José. Em Recife era 1,5 milhão de foliões.
Luiza Brunet, madrinha do bloco (e também da escola de samba Imperatriz Leopoldinense) acenava do alto e cantava a marchinha "quem não chora não mama, segura meu bem a chupeta, lugar quente é na cama, ou então no Bola Preta".
Ali na frente, no chão, Luiza não ouvia, mas a versão que tocava era em batida de funk, na síntese do humor escrachado e irreverente dos cariocas.
Na rua do Ouvidor, o bloco entalou. "É problema de bitola. Tem mais gente do que avenida na Rio Branco", afirmava o folião Carlos Silveira, fantasiado nem ele sabe lá de quê.
Daqui a pouco, no meio da multidão, um roubo de verdade. Um homem meio gordo, de cabeça raspada, corre agachado. E a polícia ia atrás a passos lentos. Não o pegou. Segundo a PM, não houve outros tumultos nem incidentes graves.
Entre os fantasiados, uma Branca de Neve de peito peludo, sem os anões, andava de mãos dadas e fazia sanduíche com um Lobo Mau e uma Bela Adormecida. Mas não misturaram as histórias?
"No Carnaval do Rio é assim, tudo maluco", explicava uma ex-ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, cheia de cartões de crédito nas mãos...


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