São Paulo, quarta-feira, 03 de fevereiro de 2010

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entrevista

"Aumento é inexpressivo", diz professor

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Theodomiro Dias Neto, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e especialista em segurança pública, diz que o aumento de quase 3% na quantidade de homicídios de São Paulo é "bastante inexpressivo". Para ele, ter menos que 10 homicídios por 100 mil habitantes só seria possível se houvesse uma integração entre as polícias e se fosse combatida a corrupção.

 


FOLHA - Qual a sua análise sobre o balanço divulgado pela Segurança Pública?
THEODOMIRO DIAS NETO - A boa notícia que temos em segurança pública em São Paulo é a redução do homicídio. Em todos os outros crimes você vai ter uma variação que às vezes aumenta, às vezes diminui. Talvez, no combate ao homicídio, o Estado tenha sido mais eficiente do que em outras esferas em formular políticas integradas capazes de conciliar estratégias de prevenção e de repressão, capazes de integrar as polícias militar e civil, de integrar medidas estatais com ações de ONGs.

FOLHA - Mas o homicídio voltou a subir no Estado em 2009.
DIAS NETO - Sim, mas é um aumento bastante inexpressivo. É normal quando você chega a uma certa faixa, de mais ou menos 10 homicídios por 100 mil habitantes, aí fica difícil baixar. Não se pode dizer ainda que se tenha revertido. Tirando o homicídio, você não pode considerar a redução da criminalidade como uma realidade.

FOLHA - Por que isso ocorre?
DIAS NETO - Porque nas outras áreas, roubo, sequestro, a polícia ainda não soube formular estratégias integradas de políticas repressivas e preventivas e não soube ainda integrar as polícia. A polícia ainda atua de forma caótica. Isso porque o efeito da corrupção ainda é muito grande. Nessa faixa que o homicídio está agora, você precisaria de uma ação muito radical de unificação das polícias e combate à corrupção.

FOLHA - A que o senhor atribui o aumento da quantidade de homicídios no interior?
DIAS NETO - O aumento ou a redução podem ocorrer devido à geopolítica local, migração ou por um fator policial. Não acho que o aumento seja expressivo no interior. Está numa faixa de normalidade, ainda não é patológico, mas precisa ser acompanhado.


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