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entrevista
"Aumento é inexpressivo", diz professor
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Theodomiro Dias Neto, professor da
FGV (Fundação Getúlio
Vargas) e especialista em
segurança pública, diz que
o aumento de quase 3% na
quantidade de homicídios
de São Paulo é "bastante
inexpressivo". Para ele, ter
menos que 10 homicídios
por 100 mil habitantes só
seria possível se houvesse
uma integração entre as
polícias e se fosse combatida a corrupção.
FOLHA - Qual a sua análise
sobre o balanço divulgado pela Segurança Pública?
THEODOMIRO DIAS NETO - A
boa notícia que temos em
segurança pública em São
Paulo é a redução do homicídio. Em todos os outros crimes você vai ter
uma variação que às vezes
aumenta, às vezes diminui. Talvez, no combate ao
homicídio, o Estado tenha
sido mais eficiente do que
em outras esferas em formular políticas integradas
capazes de conciliar estratégias de prevenção e de
repressão, capazes de integrar as polícias militar e civil, de integrar medidas estatais com ações de ONGs.
FOLHA - Mas o homicídio voltou a subir no Estado em 2009.
DIAS NETO - Sim, mas é um
aumento bastante inexpressivo. É normal quando você chega a uma certa
faixa, de mais ou menos 10
homicídios por 100 mil habitantes, aí fica difícil baixar. Não se pode dizer ainda que se tenha revertido.
Tirando o homicídio, você
não pode considerar a redução da criminalidade
como uma realidade.
FOLHA - Por que isso ocorre?
DIAS NETO - Porque nas outras áreas, roubo, sequestro, a polícia ainda não
soube formular estratégias integradas de políticas repressivas e preventivas e não soube ainda integrar as polícia. A polícia
ainda atua de forma caótica. Isso porque o efeito da
corrupção ainda é muito
grande. Nessa faixa que o
homicídio está agora, você
precisaria de uma ação
muito radical de unificação das polícias e combate
à corrupção.
FOLHA - A que o senhor atribui o aumento da quantidade
de homicídios no interior?
DIAS NETO - O aumento ou
a redução podem ocorrer
devido à geopolítica local,
migração ou por um fator
policial. Não acho que o
aumento seja expressivo
no interior. Está numa faixa de normalidade, ainda
não é patológico, mas precisa ser acompanhado.
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