São Paulo, quarta-feira, 03 de fevereiro de 2010

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Taxista de Cumbica "apresenta" assalto a sete atletas argentinos

Mastrangelo Reino/Folha Imagem
José David (esq.) e José Alfredo, assaltados ao chegar ao hotel

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O judoca argentino José Alfredo Efron, 26, que desembarcou com o irmão e outros cinco atletas na noite de anteontem no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande SP, estranhou a pergunta do taxista: "O que o sr. traz na mochila?"
Efron respondeu que carregava um notebook. "A caminho, o taxista falou ao celular por um bom tempo", diz o judoca.
Ao chegar ao hotel próximo ao parque Ibirapuera, Efron foi abordado por um homem que apontou um revólver para ele e pediu "apenas as mochilas".
Na mochila do irmão de Efron, o atleta paraolímpico José David, 19, havia outro laptop. O assaltante levou ainda uma câmara digital, um aparelho MP3, U$ 200, passaportes, celulares e um pendrive.
Segundo os atletas, o criminoso parecia muito tranquilo. O taxista não fez qualquer menção de chamar a polícia.
"Pode ser que eu esteja enganado, mas a sequência de acontecimentos me leva a crer que os taxistas (eram dois carros para os sete) e o assaltante combinaram tudo", diz Efron.
A Polícia Civil de São Paulo intensificou em dezembro as investigações iniciadas há pelo menos seis meses contra uma quadrilha especializada em roubar passageiros que, depois de desembarcar em Cumbica, usam táxis que fazem ponto no local para chegar à capital e acabam assaltados na porta de suas casas ou prédios, assim que começam a descarregar as malas trazidas da viagem.
Embora tenham viajado por conta própria, e não a convite de uma instituição, os atletas receberam todo o suporte do Comitê Paraolímpico Brasileiro. Depois de registrar o boletim de ocorrência, com a ajuda do vice-presidente do comitê, Misael Conrado, eles receberam a garantia de que seriam ressarcidos pelos objetos levados. "A gente sabe que qualquer um pode ser furtado em São Paulo, mas assaltos a estrangeiros logo à chegada no aeroporto pegam muito mal para a imagem do Brasil", diz Conrado.
Os sete vieram para treinar junto com a seleção brasileira no Projeto Futuro, de judô e atletismo, até março, no período que antecede o campeonato na Turquia. David e Alfredo nunca tinham sido assaltados.


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