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ADMINISTRAÇÃO
Projeto de substituição de lâmpadas de rua, parcialmente financiado pela Eletrobrás, pode ser suspenso
Dívida de luz ameaça programa municipal
FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL
Dívidas não pagas da Prefeitura
de São Paulo podem comprometer o principal programa de iluminação pública da cidade. O Reluz,
que prevê a troca de 421 mil lâmpadas de rua, corre o risco de ser
suspenso por falta de pagamento
à concessionária que fornece
energia, a AES Eletropaulo.
Uma carta enviada no dia 21 de
fevereiro pelo diretor-presidente
da empresa, Eduardo José Bernini, ao prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), aponta o problema:
a administração municipal ainda
não pagou uma parcela de R$ 2,3
milhões, cujo vencimento ocorreu em 31 de dezembro de 2004
(último dia da gestão da petista
Marta Suplicy), referente à instalação -já realizada- de 19 mil
pontos de luz.
Sem a quitação dessa dívida, o
financiamento da Eletrobrás (ligada ao Ministério das Minas e
Energia) pode ser cancelado ainda neste mês, pois é necessária a
contrapartida da prefeitura. Nesse caso, R$ 120 milhões deixariam
de ser aproveitados na cidade.
Na carta, o diretor da concessionária diz ainda que a continuação
do Reluz depende da normalização do pagamento da conta de
iluminação pública.
As envolvidas dizem estar negociando os débitos (leia texto nesta
página).
A prefeitura tem sido cobrada
pela AES Eletropaulo também
por dívidas referentes ao fornecimento de energia a prédios públicos e à manutenção da rede de iluminação pública. A de curto prazo, de novembro de 2004 a fevereiro de 2005, já passa de R$ 40
milhões. A de longo prazo passa
de R$ 500 milhões, incluindo débitos das gestões dos ex-prefeitos
Paulo Maluf (PP), Celso Pitta
(PSL) e Marta Suplicy (PT).
Lançado em 2000 em todo o
país, o Reluz (Programa Nacional
de Iluminação Pública Eficiente)
prevê gastos de R$ 187 milhões só
em São Paulo. A prefeitura se responsabiliza por 25% dos custos
-sendo que parte desse valor é
coberto pela Cosip, conhecida como taxa da luz (R$ 3,50 por residência por mês). O restante seria
financiado pela Eletrobrás.
Em São Paulo, 49,5 mil pontos
já receberam lâmpadas de sódio
(com luz amarelada), no lugar das
de mercúrio. Isso representa apenas 10% do número total que deverá ser trocado nos próximos
dois anos. Segundo o Ilume (Departamento de Iluminação Pública da prefeitura), elas são até quatro vezes mais potentes e consomem 30% a menos de energia.
Além das dívidas de energia,
Serra está tendo de negociar com
a Sabesp, que cobra contas não
pagas do fornecimento de água
para prédios públicos e do tratamento de esgoto desses imóveis.
Segundo Wilson Bernardelli,
superintendente de finanças da
Sabesp, a dívida é de R$ 286 milhões, sendo que a maior parte
(R$ 227 milhões) está sendo cobrada judicialmente. O restante é
referente a cobranças não pagas
por Marta Suplicy em 2004.
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