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Metrô vai desapropriar 114 imóveis na região do Itaim
Decisão atinge casas e comércio do Campo Belo, Itaim Bibi e de Santo Amaro
Decreto prevê desocupação devido ao prolongamento da linha 5-lilás; área afetada é equivalente a quase dez campos oficiais de futebol
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo do Estado decidiu
desapropriar 114 imóveis de
bairros nobres das zonas sul e
oeste de São Paulo, equivalentes a quase dez campos oficiais
de futebol, para a extensão da
linha 5-lilás do metrô paulista.
Eles estão localizados no
Campo Belo, Itaim Bibi e Santo
Amaro. Totalizam 68,8 mil metros quadrados que serão esvaziados para construção de novo
trecho do metrô entre a estação
Largo Treze e Chácara Klabin.
O decreto do governador em
exercício, Alberto Goldman
(PSDB), que listou a nova região de "interesse público" a ser
desapropriada "por via amigável ou judicial" foi publicado no
sábado no "Diário Oficial".
O processo de desapropriação começará neste mês e os
prazos para a saída de comerciantes e moradores vão depender dos acertos na Justiça.
O Metrô afirma que a "maioria" dos imóveis atingidos é comercial, mas não forneceu detalhes nem custos. Limitou-se
a informar que serão 114.
A Folha esteve nas vias mencionadas pelo decreto -que
delimita a área, mas não cita
cada um dos imóveis atingidos- e verificou que, nas imediações, há tanto alguns trechos estritamente residenciais,
com casas e prédios de classes
média e alta, como outros com
características comerciais, incluindo lojas e supermercado.
Embora muitos já tivessem
ouvido rumores, a notícia da
desapropriação surpreendeu
comerciantes e moradores.
Ontem, um advogado circulava por algumas vias com a publicação do "Diário Oficial" em
mãos para oferecer seus serviços a alguns proprietários.
Num prédio residencial da
rua Bartolomeu Feio, moradores temem que uma parte da
área de lazer (onde há um campo de futebol) seja atingida.
A linha 5 do metrô, inaugurada em 2002, tem hoje 8,4 km e
vai do Capão Redondo ao Largo
Treze. A promessa do governo
José Serra (PSDB) era fazer
mais duas estações até 2010
-Adolfo Pinheiro e Campo Belo -e outras nove até 2012.
As primeiras desapropriações por conta das obras foram
definidas em abril, numa área
inicial de 32 mil metros quadrados e 147 imóveis, principalmente para a construção da
futura estação Adolfo Pinheiro.
A medida provocou protestos de comerciantes que seriam desalojados da galeria
Borba Gato e que conseguiram
reverter parte dos planos.
Antonio Cunha, presidente
do Movibelo (movimento de
moradores do Campo Belo),
disse ontem estar "perplexo"
pelo fato de ruas residenciais
estarem na mira do metrô.
"O bairro vai ser destruído",
disse, em referência à montagem de canteiro de obras, estação de energia elétrica e poço
de ventilação da linha 5 onde,
segundo ele, só existem casas.
Colaborou DIEGO PADGURSCHI, do "Agora"
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