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Planejamento familiar vai ser alvo de política
DA SUCURSAL DO RIO
A próxima campanha do
Ministério da Saúde promete ser polêmica. Em até um
mês, segundo o ministro
Humberto Costa, será lançado o Programa de Planejamento Familiar que vai garantir o acesso a métodos
anticoncepcionais, ao aborto previsto em lei e à utilização da pílula do dia seguinte
em qualquer situação.
O anúncio foi feito ontem
por Costa. "[Vamos] enfrentar questões complexas, polêmicas", disse o ministro.
Segundo ele, a pílula do dia
seguinte, distribuída pelo
SUS em casos de estupro,
deverá ser "direito de alguém que inadvertidamente
não se preveniu numa determinada relação".
Costa disse ainda que pretende garantir o acesso ao
aborto previsto em lei "feito
pelos serviços públicos com
segurança" para a mulher.
Afirmou que a política de
planejamento familiar é
"uma política de direitos sexuais e reprodutivos da população brasileira".
"[Queremos dar à mulher]
a possibilidade de fazer sua
opção quanto ao início de
sua vida sexual, quanto ao
início de sua vida reprodutiva e à opção de ter filhos."
O programa, disse, não terá uma visão "controlista"
- de impedir que as mulheres tenham quantos filhos
quiserem. Ele já está preparado para as divergências
que terá com "as igrejas".
"A opinião [das igrejas] será levada em consideração,
mas nós temos que trabalhar
na linha do que é importante
pra a saúde pública do país."
Um comentário do papa
João Paulo 2º sobre o tema
aponta o tamanho da polêmica que a iniciativa governamental causará. "O planejamento familiar só pode ser
feito de acordo com as leis
morais, espirituais e naturais", declarou o papa.
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