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70% dos serviços nunca foram vistoriados
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos 70% dos serviços de
mamografia no país nunca foram
vistoriados quanto à qualidade
dos exames que realizam. As vigilâncias sanitárias fiscalizam apenas a área física e os vazamentos
de radiação, por exemplo.
Mamógrafos defasados ou com
defeitos geram imagens escuras
ou distorcidas, que podem dificultar a visualização de possíveis
tumores existentes na mama. A
mamografia é o exame indicado
no diagnóstico do câncer no seio.
Segundo o CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia), entidade que
representa 8.000 médicos radiologistas e que possui regionais em
21 Estados, o país tem hoje 2.700
mamógrafos -redes pública e
privada-, mas apenas mil passaram por um controle de qualidade. Hoje, só 370 mantêm um selo
de qualidade expedido pelo CBR.
O colégio possui há 11 anos um
programa de qualidade em mamografia, o qual avalia as condições dos mamógrafos e dos serviços médicos. É o único programa
do gênero nessa área no país.
Segundo Aldemir Humberto
Soares, presidente do CBR, para
receber o selo, o serviço de radiologia tem de ser avaliado por uma
comissão de radiologistas e físicos, que analisa as doses de radiação e a qualidade da imagem do
equipamento. A comissão verifica
como o profissional interpreta os
dados do exame. O selo custa R$
485 e vale por dois anos.
Soares diz que o programa chegou a ter mais de mil serviços cadastrados, mas atualmente só 370
continuam com o selo. "Há um
desinteresse pela certificação porque, muitas vezes, ela exige investimentos extras." Segundo ele,
muitos empresas utilizam matéria-prima mais barata para reduzir o preço do exame.
A competência de fiscalizar os
serviços de radiologia são das vigilâncias sanitárias municipais e
estaduais, que devem seguir as
normas de uma portaria do Ministério da Saúde de 1998. O documento estabelece regras gerais,
como a quantidade de radiação
máxima usada no exame.
Segundo a assessoria da Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), a agência prepara novas regras para os serviços de radiologia. O Estado de São Paulo
tem 431 serviços de mamografia
cadastrados na vigilância.
Segundo Marta Aldred, supervisora da equipe técnica de radiação da Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo, ainda não há
um estudo sobre as reais condições desses aparelhos.
(CC)
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