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Empresas de aviação não reembolsam passageiros
Procon diz não ter conseguido resposta positiva em reclamações contra TAM e Gol
Órgão recebeu cem queixas contra as empresas desde novembro do ano passado;
casos incluem despesas com alimentação e hospedagem
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao mesmo tempo em que cobram do governo R$ 100 milhões de indenização pelos prejuízos sofridos, as grandes empresas aéreas se recusam a
reembolsar os passageiros que
reclamam de despesas provocadas pelos atrasos no vôos.
De acordo com o Procon de
São Paulo, de novembro até ontem, o órgão trabalhou com
cem reclamações de passageiros contra a TAM e a Gol, mas
não conseguiu nenhum reembolso amigável.
As reclamações trabalhadas
pelo Procon-SP, segundo seu
diretor-executivo, Roberto
Pfeiffer, 38, são consideradas
de pequeno valor e envolvem,
em sua maioria, despesas com
alimentação, hospedagem e
transporte (o valor médio dos
pedidos não foi informado).
Pfeiffer afirma que esse argumento não é correto porque o
consumidor não é obrigado a
descobrir quem é o responsável
pela crise, mas receber com
qualidade o serviço que contratou. "O risco do negócio é da
empresa", afirmou ele.
Ainda conforme o diretor, o
fato de as empresas buscarem
indenização do governo reforça
a necessidade de elas cuidarem
de ressarcir seus clientes.
"Essa atitude das empresas
de pleitearam à União apenas
reforça o direito dos consumidores de terem indenizados os
seus prejuízos", disse.
A busca de ressarcimento pelas empresas foi anunciada pelo Snea (Sindicato Nacional das
Empresas Aeroviárias) e contempla em sua planilha gastos
adicionais com querosene, horas extras para a tripulação, taxas de permanência nos aeroportos e gastos de hospedagem
e alimentação dos passageiros.
As reclamações contra as
empresas no Procon poderão
ser transformadas em multas,
que variam de R$ 3.000 a R$ 3
milhões, e levá-las a uma lista
das entidades que não respeitaram os direitos dos consumidores. Há direito de defesa.
Esses cem casos devem ser
incluídos, porém, em dois processos abertos pelo Procon para apurar infração ao Código de
Defesa do Consumidor de casos de novembro de dezembro
do ano passado. Eles estão em
fase de defesa das empresas
(TAM e Gol) e ainda não há previsão de término.
Outro lado
A TAM, por meio de nota enviada à Folha, informou ter
manifestado formalmente ao
Procon e a outros órgão de defesa do consumidor, "reiterada
durante reuniões com esse órgão", que tem prestado assistência aos passageiros com
despesas de transporte, refeição e hospedagem.
Ainda de acordo com a empresa, as solicitações de "outra
natureza" feitas ao Procon, não
são atendidas porque "a TAM
esclarece não ser de sua responsabilidade fatos que extrapolam o alcance de atuação das
companhias aéreas."
A Gol foi procurada para comentar o assunto, mas não
houve resposta até as 20h. O
teor da reportagem foi informado à sua assessoria.
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