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Nos EUA, controle de vôos é civil há 67 anos
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos EUA, a transferência do
controle de vôos a civis ocorreu
há exatos 67 anos, em plena Segunda Guerra Mundial.
Seguindo a orientação de todos os mecanismos internacionais de aviação, a Argentina
anunciou no fim do ano passado a desmilitarização do controle do seu tráfego aéreo.
O controle de vôos norte-americano é civil para vôos de
carreira e militar para a frota da
Força Aérea.
Um controlador americano
ganha, em média, US$ 10 mil
por mês (R$ 20,4 mil). Um profissional brasileiro com as mesmas funções ganha R$ 2.000,
no caso dos militares, e R$
3.200, no caso dos civis.
A Associação Nacional de
Controladores de Tráfego Aéreo dos EUA (Natca, na sigla em
inglês) disse ontem ser "solidária" às reivindicações dos colegas brasileiros e recomendou a
desmilitarização do setor, que,
para o órgão, deve ser de responsabilidade do governo.
"O Brasil deveria levar a sério
a segurança aérea e investir
maciçamente no setor", diz
Doug Church, diretor de comunicações da Natca.
"Somos solidários aos problemas brasileiros, mas os EUA
não têm nenhuma dificuldade
na área, o que torna difícil conceber a dimensão do caos",
completa Church.
Na Europa, o controle também é civil. Há um modelo unificado de procedimentos e de
padronização de equipamentos
de controle do tráfego aéreo,
coordenado por uma entidade
chamada Eurocontrol.
Os civis cuidam da aviação
comercial, e os militares só dos
vôos de suas aeronaves. Mas
não há um modelo único de
empresa que opera o sistema.
Entre os países de maior tráfego, a França é a única em que
os controladores são servidores
públicos, ligados ao Ministério
dos Transportes. Na Itália, há
uma empresa pública, com
3.237 empregados. No Reino
Unido, há uma empresa mista,
em que parte do capital é controlado por um consórcio de sete companhias aéreas.
O salário na beira da aposentadoria, 7.000 a 8.000 (R$
18.900 a R$ 21.600), é similar
nesses países. O que varia é o
salário inicial, bem mais alto na
Alemanha (R$ 13.500) que na
Itália (R$ 8.100).
Os alemães têm jornadas semanais mais puxadas, com até
36 horas, enquanto os franceses são os que trabalham menos, em torno de 20 horas.
O modelo italiano, com 14
sindicatos atuantes, é igualmente o mais sujeito a greves.
Há dois anos, paralisação de
quatro horas cancelou 144 vôos
no aeroporto de Roma.
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