São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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Nos EUA, controle de vôos é civil há 67 anos

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos EUA, a transferência do controle de vôos a civis ocorreu há exatos 67 anos, em plena Segunda Guerra Mundial.
Seguindo a orientação de todos os mecanismos internacionais de aviação, a Argentina anunciou no fim do ano passado a desmilitarização do controle do seu tráfego aéreo.
O controle de vôos norte-americano é civil para vôos de carreira e militar para a frota da Força Aérea.
Um controlador americano ganha, em média, US$ 10 mil por mês (R$ 20,4 mil). Um profissional brasileiro com as mesmas funções ganha R$ 2.000, no caso dos militares, e R$ 3.200, no caso dos civis.
A Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo dos EUA (Natca, na sigla em inglês) disse ontem ser "solidária" às reivindicações dos colegas brasileiros e recomendou a desmilitarização do setor, que, para o órgão, deve ser de responsabilidade do governo.
"O Brasil deveria levar a sério a segurança aérea e investir maciçamente no setor", diz Doug Church, diretor de comunicações da Natca.
"Somos solidários aos problemas brasileiros, mas os EUA não têm nenhuma dificuldade na área, o que torna difícil conceber a dimensão do caos", completa Church.
Na Europa, o controle também é civil. Há um modelo unificado de procedimentos e de padronização de equipamentos de controle do tráfego aéreo, coordenado por uma entidade chamada Eurocontrol.
Os civis cuidam da aviação comercial, e os militares só dos vôos de suas aeronaves. Mas não há um modelo único de empresa que opera o sistema.
Entre os países de maior tráfego, a França é a única em que os controladores são servidores públicos, ligados ao Ministério dos Transportes. Na Itália, há uma empresa pública, com 3.237 empregados. No Reino Unido, há uma empresa mista, em que parte do capital é controlado por um consórcio de sete companhias aéreas.
O salário na beira da aposentadoria, 7.000 a 8.000 (R$ 18.900 a R$ 21.600), é similar nesses países. O que varia é o salário inicial, bem mais alto na Alemanha (R$ 13.500) que na Itália (R$ 8.100).
Os alemães têm jornadas semanais mais puxadas, com até 36 horas, enquanto os franceses são os que trabalham menos, em torno de 20 horas.
O modelo italiano, com 14 sindicatos atuantes, é igualmente o mais sujeito a greves. Há dois anos, paralisação de quatro horas cancelou 144 vôos no aeroporto de Roma.


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