São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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Argentina não mudou ainda o controle aéreo

BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES

Em meio a uma crise no transporte aéreo, a Argentina formalizou há quinze dias a transferência do controle do tráfego aéreo das mãos dos militares para as de civis, em órgão ligado à Secretaria Nacional dos Transportes. A mudança, entretanto, ainda não ocorreu na prática.
Nos últimos dias, os atrasos e cancelamentos de vôos causados pelo apagão aéreo brasileiro se misturaram aos problemas locais e transformaram o aeroporto internacional de Ezeiza, o mais importante da Argentina, em um completo caos.
No Aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires, de onde partem vôos nacionais e para o Uruguai, também têm havido atrasos freqüentes. Defeitos nos radares dos aeroportos potencializaram a crise.
Em setembro de 2006, quando o compromisso de fazer a mudança de comando foi anunciado pelo governo, a expectativa era a de que a demora fosse de até um ano. Em seis meses, porém, o presidente criou a Anac (Administração Nacional de Aviação Civil), que coincidentemente tem a mesma sigla da Agência Nacional de Aviação Civil, do Brasil.
A nova unidade ficou subordinada a Julio De Vido, atual ministro do Planejamento e homem-forte do governo Kirchner. Não há data precisa de quando estará finalizada a transição no controle de vôo.
O governo nega que a mudança fora precipitada pela crise ou pelas denúncias do documentário "Fuerza Aerea Sociedad Anonima", do cineasta Enrique Piñeyro, que expôs riscos e erros do controle de vôo militar.
Ex-piloto de aviões da empresa Lapa (Líneas Aéreas Privadas Argentinas) e investigador de acidentes aéreos, Piñeyro revelou que alguns controladores nem sequer falavam inglês, língua em que é feita a comunicação com os aviões. Agora, o governo informa que está capacitando os controladores.


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