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Obras da estação Pinheiros do Metrô serão retomadas
Termo de Ajustamento de Conduta firmado ontem permite que escavação no local possa ser iniciada na próxima semana
Acordo permite entrada
de técnicos e peritos do IPT
e do IC dentro do buraco;
causas da tragédia serão
conhecidas no fim do ano
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois meses e 22 dias após o
pior acidente da história do
Metrô de São Paulo, as obras da
futura estação Pinheiros (zona
oeste da capital) da Linha 4-amarela serão retomadas até a
próxima semana. Em 12 de janeiro, sete pessoas morreram
soterradas e casas foram danificadas após o desabamento do
canteiro de obras no local.
Os trabalhos serão reiniciados graças ao TAC (Termo de
Ajustamento de Conduta) assinado ontem por integrantes do
Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, do Metrô,
da Polícia Civil, que investiga o
caso, do Ministério Público Estadual, do IC (Instituto de Criminalística) e do IPT (Instituto
de Pesquisas Tecnológicas).
Pelo acordo, os técnicos do
IPT e os peritos do IC poderão
finalmente descer à cratera para trabalhar com a garantia de
segurança. Com o início dessas
investigações periciais, as
obras para a construção da estação também serão retomadas
-segundo o consórcio, isso deve ocorrer entre 9 e 13 de abril.
Em outras palavras, as causas
do desabamento serão investigadas ao mesmo tempo em que
a obra reinicia. Como o buraco
foi concretado para estabilizar
o solo, a empreiteira da obra vai
fazer escavações. Para abri-lo
novamente será preciso chegar
a 23 m de profundidade.
O TAC prevê ainda a construção de estacas no contorno da
cratera onde houve o desmoronamento. Elas serão ancoradas
por tirantes no solo e funcionarão como um paredão.
"Antes não havia a possibilidade de se rebaixar a escavação
sem que isso afetasse os prédios vizinhos", afirmou Jayme
Telles, diretor do Núcleo de
Engenharia do IC. Ele não
acredita que o fato de a cena do
acidente ter sido tapada prejudique o trabalho da perícia.
As causas sobre o acidente
sairão somente no fim do ano.
A previsão é que peritos cheguem ao ponto exato do acidente e concluam o serviço em 15
de outubro. O laudo conclusivo
sobre a tragédia deve ficar
pronto até 29 de novembro.
Caso esse prazo não seja
cumprido, o consórcio terá de
pagar multa diária de R$ 70 mil.
Sérgio Avelleda, diretor de
assuntos corporativos do Metrô, afirmou, porém, que o laudo sobre um acidente no metrô
de Londres, na Inglaterra, levou dois anos para ficar pronto.
Esse é o segundo TAC assinado entre as partes desde o desmoronamento. O primeiro foi
firmado em 15 de fevereiro para
definir regras para o prosseguimento das obras. Naquela ocasião, 11 das 23 frentes de trabalho tinham sido paralisadas
após denúncia de supostas irregularidades na construção da
Linha 4-amarela do metrô.
As frentes de trabalho Caxingui/Três Poderes, Três Poderes/Caxingui, Três Poderes/
Butantã e Caxingui/Morumbi
ainda dependem de liberação
do IPT para serem retomadas.
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