São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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Obras da estação Pinheiros do Metrô serão retomadas

Termo de Ajustamento de Conduta firmado ontem permite que escavação no local possa ser iniciada na próxima semana

Acordo permite entrada de técnicos e peritos do IPT e do IC dentro do buraco; causas da tragédia serão conhecidas no fim do ano

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Dois meses e 22 dias após o pior acidente da história do Metrô de São Paulo, as obras da futura estação Pinheiros (zona oeste da capital) da Linha 4-amarela serão retomadas até a próxima semana. Em 12 de janeiro, sete pessoas morreram soterradas e casas foram danificadas após o desabamento do canteiro de obras no local.
Os trabalhos serão reiniciados graças ao TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado ontem por integrantes do Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, do Metrô, da Polícia Civil, que investiga o caso, do Ministério Público Estadual, do IC (Instituto de Criminalística) e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
Pelo acordo, os técnicos do IPT e os peritos do IC poderão finalmente descer à cratera para trabalhar com a garantia de segurança. Com o início dessas investigações periciais, as obras para a construção da estação também serão retomadas -segundo o consórcio, isso deve ocorrer entre 9 e 13 de abril.
Em outras palavras, as causas do desabamento serão investigadas ao mesmo tempo em que a obra reinicia. Como o buraco foi concretado para estabilizar o solo, a empreiteira da obra vai fazer escavações. Para abri-lo novamente será preciso chegar a 23 m de profundidade.
O TAC prevê ainda a construção de estacas no contorno da cratera onde houve o desmoronamento. Elas serão ancoradas por tirantes no solo e funcionarão como um paredão.
"Antes não havia a possibilidade de se rebaixar a escavação sem que isso afetasse os prédios vizinhos", afirmou Jayme Telles, diretor do Núcleo de Engenharia do IC. Ele não acredita que o fato de a cena do acidente ter sido tapada prejudique o trabalho da perícia.
As causas sobre o acidente sairão somente no fim do ano. A previsão é que peritos cheguem ao ponto exato do acidente e concluam o serviço em 15 de outubro. O laudo conclusivo sobre a tragédia deve ficar pronto até 29 de novembro.
Caso esse prazo não seja cumprido, o consórcio terá de pagar multa diária de R$ 70 mil.
Sérgio Avelleda, diretor de assuntos corporativos do Metrô, afirmou, porém, que o laudo sobre um acidente no metrô de Londres, na Inglaterra, levou dois anos para ficar pronto.
Esse é o segundo TAC assinado entre as partes desde o desmoronamento. O primeiro foi firmado em 15 de fevereiro para definir regras para o prosseguimento das obras. Naquela ocasião, 11 das 23 frentes de trabalho tinham sido paralisadas após denúncia de supostas irregularidades na construção da Linha 4-amarela do metrô.
As frentes de trabalho Caxingui/Três Poderes, Três Poderes/Caxingui, Três Poderes/ Butantã e Caxingui/Morumbi ainda dependem de liberação do IPT para serem retomadas.


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