São Paulo, quinta-feira, 03 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Advogado do casal diz não haver elementos para pedido de prisão

Em entrevista anterior, ele havia defendido a inocência do pai e da madrasta de Isabella, que morreu no último sábado

FLÁVIO FERREIRA
DO "AGORA"

Um dos advogados de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, suspeitos de terem envolvimento na morte de Isabella Nardoni, 5, disse ontem que o pedido de prisão do casal não se justifica. Anteontem, ele disse à Folha que os dois são "absolutamente inocentes".
"Não há elementos suficientes para justificar o deferimento de uma prisão preventiva nem de uma prisão temporária", afirmou Ricardo Martins de São José Filho. "A lei determina quais são os requisitos [para a determinação da prisão]. Entre esses requisitos, os nossos clientes não se encaixam em nenhum dos itens", disse o advogado.
A legislação penal estabelece três hipóteses para a decretação da prisão temporária: quando ela é imprescindível para as investigações do inquérito policial; quando o suspeito não tiver residência fixa ou não colaborar na sua identificação; quando houver justificativa, com base em provas, da autoria ou participação do investigado na realização do crime.
Sergei Cobra Arbex, advogado criminalista e e conselheiro da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), afirmou que situações em que os suspeitos estejam ocultando provas, influenciando testemunhas, negando-se a prestar depoimento ou morando em lugar incerto justificam a determinação da prisão temporária.
Anteontem, São José Filho afirmara à Folha que conseguiria provar a inocência do casal no inquérito que apura a morte da menina Isabella. "Eles são totalmente, absolutamente inocentes", disse, ao comentar o fato de a delegada Maria José Figueiredo, plantonista no 9º DP, ter chamado Nardoni de "assassino" após o consultor jurídico depor, no domingo.
Ele também refutou o fato de duas testemunhas terem dito à polícia que ouviram gritos de "pára, pai" no sexto andar. O advogado diz que a suposta frase foi mal interpretada. Segundo São José Filho, a criança poderia estar sendo atacada por outra pessoa e pedindo para ela parar -e ao mesmo tempo gritando por socorro ao pai.
São José Filho e o outro defensor do casal, Jairo Souza, acompanharam ontem à noite a perícia no prédio e no apartamento de Nardoni e Anna Carolina. Eles saíram do local, porém, falar com a imprensa.


Texto Anterior: Depoimentos de testemunhas basearam pedido
Próximo Texto: Boneca é usada para simular local da queda
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.