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Relatório aponta erros de execução na obra do Fura-Fila
Documento foi feito pela SPTrans na manhã seguinte ao tombamento de viaduto de 800 t e 64 m de comprimento
No relatório, destacam-se como causas do acidente um desalinhamento no pilar, erro de geometria ou excesso de concreto em um dos lados
RICARDO SANGIOVANNI
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O relatório preliminar sobre
as causas da queda de parte do
viaduto do Fura-Fila (atual Expresso Tiradentes), na zona
leste de São Paulo, aponta possíveis erros na execução da
obra como as principais hipóteses para o acidente.
O documento foi produzido
pela SPTrans, órgão da prefeitura, na manhã seguinte ao
tombamento, ocorrido por volta das 23h30 de segunda-feira.
A prefeitura tentou contratar
o IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas) para investigar
as causas do acidente, mas o
acordo ainda não foi fechado. O
consórcio responsável pela
obra também irá produzir um
laudo que deve ficar pronto em
até 30 dias.
São cinco as possibilidades
apontadas pela SPTrans, três
delas referentes à execução:
problemas de geometria, desalinhamento do pilar de sustentação e, ainda, "lançamento de
concreto sem a devida compensação do lado oposto".
Especialistas ouvidos pela
Folha consideram esse último
item como o mais provável, já
que esse tipo de obra é de fácil
execução, mas exige um acompanhamento rigoroso.
O documento da SPTrans
também ressalta esse grau de
dificuldade. "Estamos desenvolvendo uma estrutura altamente sensível, porém absolutamente controlável", diz.
As outras duas possibilidades
seriam ter havido um choque
de um caminhão com a estrutura ou "fatores externos".
Para o engenheiro Amacin
Rodrigues Moreira, professor
de estruturas da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal
do Paraná), essas causas seriam
de "baixa probabilidade".
A peça fica a 6,3 metros de altura do nível do viaduto Grande
São Paulo, onde a estrutura de
64 metros e 800 toneladas caiu.
Ninguém ficou ferido.
A via liga o Ipiranga à zona
leste da cidade, além de servir
como acesso aos moradores do
ABC à capital. Pelo menos 42
mil pessoas foram prejudicadas
com a interdição do viaduto por
19 horas.
As obras no local do acidente
estão paradas desde a segunda-feira. Elas devem ser retomadas após a análise do IPT.
Uma reunião entre a administração do município e o instituto deve ser realizada hoje,
por volta das 14h, para tentar
fechar o contrato.
A Secretaria de Transportes
não fixou prazo para a entrega
do laudo. O consórcio responsável pela obra informou que só
falará após a conclusão do seu
próprio laudo.
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