São Paulo, domingo, 03 de abril de 2011

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Chefs de SP ensinam culinária "de casa"

Atum enlatado, arroz com shoyu, pizza congelada e ovo no pão compõem o menu caseiro de chefs paulistanos

Comidinhas "de guerra" são parte da cozinha caseira dos que chefiam casas sofisticadas da capital paulista

ANA PAULA BONI
DE SÃO PAULO

Na cozinha de Benny Novak (Ici Bistrô), Andrea Kaufmann (AK Vila), Raphael Despirite (Marcel), Renata Vanzetto (Marakuthai) e do casal Jefferson e Janaina Rueda (Bar da Dona Onça), improvisar é um verbo que faz parte do cardápio.
Os seis chefs revelaram para a reportagem o que gostam de cozinhar em casa.

BENNY NOVAK
Responsável pelas receitas sofisticadas do francês Ici Bistrô, na volta do trabalho Benny, 42, gosta é de comida de "guerra": arroz com shoyu e queijo ralado. E de pipoca, mas "pipoca de pipoqueira", ressalva ele.
Para as crianças (são quatro filhos), ele evita as gororobas, mas conta que a mulher, Natasha, é adepta do arroz com shoyu.

RENATA VANZETTO
A despensa de Renata, 22, chef e proprietária do variado Marakuthai, é recheada de latas de atum, verdadeiro vício. Para equilibrar os enlatados, um bom azeite extravirgem, usado no "patê" de atum de toda madrugada. Já no fim de semana é a vez da culinária italiana, que adora.

ANDREA KAUFMANN
Casada e mãe de dois filhos, Andrea, 34, é daquelas que gostam de passear em feiras livres. Não só para abastecer o restaurante, mas para pilotar o fogão de casa.
O sucesso inconteste da casa da chef é o ovo feitiço da lua, com pão italiano e bacon.

RAPHAEL DESPIRITE
A cozinha de Raphael, 26, tem um cantinho com latas de homus e de tomate despelado faz as vezes de despensa.
O chef do restaurante francês Marcel, durante a semana, pizza congelada ou macarrão com molho de tomate. O excesso de carboidrato também é tática de corredor -são 6 km por dia.
Na casa dele só não entra sal refinado. "Só uso flor de sal ou sal marinho."

RUEDAS
Uma é a "dona Onça", o outro é leonino. Tanta personalidade junta pode gerar atritos, ainda mais quando os dois estão na cozinha. Por isso, resolveram que, ali, é um de cada vez.
O assunto da vez é a cozinha industrial que Jefferson, ex-chef do Pomodori, montou no apartamento para o qual se mudaram há mais de um ano, no centro.
"Tivemos de mexer na parte elétrica de quatro vizinhos para montar essa coifa", conta Janaina, cujo apelido dá nome a seu bar, o Dona Onça, no térreo do edifício Copan. "A verdade é que Jefferson quis trazer a cozinha de um restaurante para dentro de casa."
Casados há sete anos e pais de dois filhos, os dois dividem as tarefas. "Em casa quem cozinha sou eu", diz ela, que adora fazer o que chama de macarrão à francesa, cozido no caldo da carne. Jefferson faz a limpa na geladeira e prepara um molho para macarrão que invariavelmente leva atum enlatado.
Para o chef, não pode faltar em casa azeite extravirgem. Ele rega, inclusive, a massa no prato. Para Janaina, indispensável é cebola. "Ela pica direto na panela", revela Jefferson. "Ele entra em pânico com essas coisas. É profissional até dentro de casa", diz ela.


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