DA SUCURSAL DO RIO

O secretário estadual da Segurança Pública, Roberto Aguiar, atribuiu os casos de balas perdidas dos últimos dias ao despreparo dos policiais. Segundo ele, a falta de treinamento "rigoroso" dos policiais contribui para a ocorrência de balas perdidas.
"Isso é um problema não só do Rio, mas de todo o país. Mas até o fim do governo de Benedita da Silva [PT] 20 mil policiais terão sido treinados", disse ele, referindo-se ao treinamento de policiais em relação à abordagem e ao uso de armas, medida prevista no plano de segurança do governo.
Coordenador do Núcleo de Defesa do Policial Civil, o inspetor Cláudio Cruz concorda com a falta de preparo da polícia, mas pondera que "o Rio vive hoje uma situação de guerrilha e qualquer treinamento é difícil de ser feito".
"Para evitar as balas perdidas, seria necessário que as armas de longo alcance, impróprias para uso em perímetro urbano, fossem abolidas. Só que elas são usadas pelos traficantes e a polícia não pode combatê-los com estilingue nem revólver 38", disse Cruz.
Para ele, os policiais fluminenses precisam de apoio psicológico. "Eles precisam ter equilíbrio psicológico para saber quando não devem agir, para entender que, às vezes, perder o criminoso de vista é melhor do que arriscar e atingir um inocente."
O coronel Paulo Monteiro, presidente da Associação dos Oficiais Militares do Rio, discorda de Aguiar. "O secretário não conhece a PM. O treinamento existe, o que nos falta é tempo e recurso."



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