São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

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Advogado nega as acusações contra o investigador preso na última quarta

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Fábio Tofic Simantob, defensor do policial Augusto Peña, afirma que seu cliente não cometeu o seqüestro seguido de extorsão de R$ 300 mil que, segundo a Promotoria, ele praticou, em março de 2005, contra Rodrigo Olivatto de Morais, 28, enteado do presidiário Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Segundo Simantob, Peña "não sabe dizer por que foi acusado da prática de seqüestro". Para ele, "se tivesse crime na conduta do policial", Peña deveria ser acusado de corrupção -por não ter prendido Olivatto de Morais-, e não de extorsão mediante seqüestro.
O advogado diz que acusá-lo de seqüestro foi tática dos promotores do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Combate e Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público de Guarulhos (Grande SP), para conseguir a decretação de sua prisão temporária -por 30 dias. Se fosse acusado de corrupção, Peña não teria a prisão temporária decretada.
"O que não pode é eleger antecipadamente o policial como culpado e o integrante [Rodrigo Olivatto de Morais, enteado de Marcola] e a advogada do PCC [Maria Odette de Moraes Haddad] como vítimas", afirmou Simantob.
O advogado disse não saber se Peña tentou incriminar o delegado Eduardo Boigues Queiroz, hoje assistente na delegacia de Itaquaquecetuba (Grande SP), pelo ataque que o distrito policial de Suzano sofreu, em abril de 2006. "Prefiro falar somente sobre os fatos que a defesa tem conhecimento", disse.
O advogado também disse não querer se manifestar sobre a investigação da Corregedoria da Polícia Civil sobre a suspeita de que Peña teria desviado do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) uma carga de videogames Playstation, avaliada em mais de R$ 1 milhão. Esse caso ocorreu em 2007.
Por conta desse sumiço dos videogames, Peña teria brigado com o também investigador de polícia Douglas Pereira dos Santos, 42, assassinado com sete tiros, no Itaim Bibi, bairro nobre da zona oeste de São Paulo, em setembro de 2007. Santos teria ameaçado denunciar Peña à corregedoria.
"Não sei nada sobre esse suposto sumiço e sobre a morte desse policial, mas vou perguntar ao Augusto [Peña] e me manifestarei sobre tudo mais na frente", afirmou Simantob.
Durante os últimos três dias, a Folha solicitou à assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança autorização para entrevistar os policiais Peña e José Roberto de Araújo, presos no Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru (zona norte de São Paulo), mas a pasta não se manifestou. (AC)


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