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Advogado nega as acusações contra o investigador preso na última quarta
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Fábio Tofic Simantob, defensor do policial
Augusto Peña, afirma que seu
cliente não cometeu o seqüestro seguido de extorsão de R$
300 mil que, segundo a Promotoria, ele praticou, em março de
2005, contra Rodrigo Olivatto
de Morais, 28, enteado do presidiário Marco Willians Herbas
Camacho, o Marcola.
Segundo Simantob, Peña
"não sabe dizer por que foi acusado da prática de seqüestro".
Para ele, "se tivesse crime na
conduta do policial", Peña deveria ser acusado de corrupção
-por não ter prendido Olivatto
de Morais-, e não de extorsão
mediante seqüestro.
O advogado diz que acusá-lo
de seqüestro foi tática dos promotores do Gaerco (Grupo de
Atuação Especial Regional de
Combate e Repressão ao Crime
Organizado), do Ministério Público de Guarulhos (Grande
SP), para conseguir a decretação de sua prisão temporária
-por 30 dias. Se fosse acusado
de corrupção, Peña não teria a
prisão temporária decretada.
"O que não pode é eleger antecipadamente o policial como
culpado e o integrante [Rodrigo
Olivatto de Morais, enteado de
Marcola] e a advogada do PCC
[Maria Odette de Moraes Haddad] como vítimas", afirmou
Simantob.
O advogado disse não saber
se Peña tentou incriminar o delegado Eduardo Boigues Queiroz, hoje assistente na delegacia de Itaquaquecetuba (Grande SP), pelo ataque que o distrito policial de Suzano sofreu, em
abril de 2006. "Prefiro falar somente sobre os fatos que a defesa tem conhecimento", disse.
O advogado também disse
não querer se manifestar sobre
a investigação da Corregedoria
da Polícia Civil sobre a suspeita
de que Peña teria desviado do
Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) uma carga de videogames
Playstation, avaliada em mais
de R$ 1 milhão. Esse caso ocorreu em 2007.
Por conta desse sumiço dos
videogames, Peña teria brigado
com o também investigador de
polícia Douglas Pereira dos
Santos, 42, assassinado com sete tiros, no Itaim Bibi, bairro
nobre da zona oeste de São
Paulo, em setembro de 2007.
Santos teria ameaçado denunciar Peña à corregedoria.
"Não sei nada sobre esse suposto sumiço e sobre a morte
desse policial, mas vou perguntar ao Augusto [Peña] e me manifestarei sobre tudo mais na
frente", afirmou Simantob.
Durante os últimos três dias,
a Folha solicitou à assessoria
de imprensa da Secretaria da
Segurança autorização para
entrevistar os policiais Peña e
José Roberto de Araújo, presos
no Presídio Especial da Polícia
Civil, no Carandiru (zona norte
de São Paulo), mas a pasta não
se manifestou.
(AC)
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