São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009

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Sorteio de lugar em garagens garante quórum

DA REPORTAGEM LOCAL

Conseguir juntar um número considerável de moradores para uma reunião de condomínio é um feito. Não é diferente no edifício de classe média alta Echelles, em Perdizes (zona oeste de SP), onde também predomina a percepção de que assembleia é uma chatice.
Contudo, basta que um dos temas da pauta seja a divisão das vagas de garagem para que o salão de festas fique pequeno.
"Temos em média uma participação de 20% a 30% nas reuniões comuns. Quando realizamos a divisão, a participação é superior a 95%", afirma Márcio Rachkorsky, síndico do condomínio de classe média alta e presidente da associação de síndicos do Estado.
A presença maciça dos moradores evidencia o medo que muitos que têm carros grandes têm de ficar com vagas pequenas ou então com as chamadas "vagas indesejadas" -de difícil manobra.
É o caso do empresário Valdeci Borges da Silva Júnior, 33, que quando sabe que esse tema será discutido, cancela seus compromissos para poder ir à reunião de condomínio. Já aos outros encontros, vai "quando dá".
Silva Júnior tem dois carros relativamente grandes, um C4 e um Sentra, ambos maiores que a medida das vagas tamanho "p" previstas pela prefeitura (4,2 m).
"Fico na expectativa de o meu apartamento ser sorteado logo no início para que eu possa escolher duas vagas maiores. Assim, não terei dor de cabeça para manobrar e meus carros não irão ultrapassar as medidas da vaga".
Ele conta que teve problemas quando um dono de carro grande herdou uma vaga ao lado de onde ficava seu C4. O novo vizinho tinha outro carro grande (Infiniti), e a manobra ficou difícil. Uma vez, Silva Júnior teve de deixar o veículo fora da vaga.
Segundo Márcio Rachkorsky, são comuns disputas entre moradores nos edifícios. "Os que têm carros grandes querem as vagas grandes. Já os que têm carro pequeno acham injusto o privilégio pois, em alguns casos, optaram por um carro menor pensando na dificuldade de espaço. O síndico é que fica sem saída", diz.
Rachkorsky afirma que é complicado nos prédios conseguir votar coisas importantes, como a convenção de condomínio, que precisa de quórum qualificado. A dica, segundo ele, é marcar votações importantes para o dia da divisão de vagas.


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