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São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2003

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CASO TIM LOPES

Cerimônia foi realizada na Associação Brasileira de Imprensa

Missa lembra morte de jornalista

DA SUCURSAL DO RIO

Uma cerimônia em memória do jornalista Tim Lopes, cujo assassinato completou um ano ontem, foi realizada na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio.
Lopes foi capturado por traficantes da Vila Cruzeiro, no complexo de favelas do Alemão (Penha, zona norte). Foi torturado e morto na vizinha favela da Grota. Ele trabalhava na TV Globo. Estava na local para filmar um baile funk, segundo a emissora.
A ABI realizou um ato ecumênico, com representantes católicos, metodistas, luteranos e do candomblé. Na ocasião, foi lançado um carimbo dos Correios em homenagem ao jornalista.
A explosão de uma gruta no alto da Grota, onde Lopes foi morto, também estava prevista para ontem. O Esquadrão Anti-Bombas da Polícia Civil vetou a explosão, já que há risco de as pedras atingirem casas da região. A entrada da gruta, onde as vítimas do tráfico eram incineradas, foi concretada.

Na Justiça
Os sete acusados pela morte do jornalista irão a júri popular, mas o julgamento deverá demorar mais um ano.
A viúva Alessandra Wagner move uma ação contra a Globo desde janeiro. Ela pede indenização por danos morais e materiais, para ela e o filho, Diogo, 17, enteado do jornalista. Segundo o advogado André Martins, cunhado de Lopes, Alessandra recebe R$ 3.000 por mês da emissora, mas o filho não tem direito a nada.
Martins disse que a Globo alega que Diogo não recebe pensão por não ser filho de Lopes. Ele ainda reclamou da falta de esclarecimentos sobre o que aconteceu no dia da morte do jornalista. "Depois que a emissora foi avisada, o que foi feito? Será que a Globo não tentou exercer o papel da polícia em vez de informar às autoridades? E a tal fonte que teria informado a ele sobre o baile funk, já foi identificada? Era isso mesmo que ele estava fazendo lá? Porque foram ouvidas muitas pessoas que disseram que nunca houve baile funk na Vila Cruzeiro."
A emissora divulgou nota em que informa que "sempre agiu com transparência ao revelar as circunstâncias em que o trabalho de Tim se deu". Afirma que "que o baile funk não somente existia, como também era frequentado por 3.000 pessoas".
"Nosso conforto é o reconhecimento do filho, da mãe, dos irmãos e das irmãs de Tim de que a Globo agiu sempre com lisura e boa fé", diz a nota.


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