São Paulo, quinta-feira, 03 de junho de 2010

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Pedágios novos vão subir mais que antigos

Viagem pela Anchieta-Imigrantes fica 4,18% mais cara em 1º de julho

Em novas concessões, como na Ayrton Senna, aumento será maior por causa de mudanças no índice de reajuste

ALENCAR IZIDORO
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

Os pedágios nas rodovias estaduais de São Paulo serão reajustados no próximo dia 1º de julho. E, pelo segundo ano seguido, eles vão subir mais nos postos de cobrança novos, de estradas recém-concedidas pelo governo estadual, do que nos antigos.
Em rodovias como Imigrantes/Anchieta e Bandeirantes/Anhanguera, os pedágios vão aumentar 4,18%.
Esse índice se refere ao IGP-M acumulado nos últimos 12 meses, calculado pela Fundação Getúlio Vargas e base para corrigir os contratos firmados pelo governo Mário Covas (PSDB) na segunda metade dos anos 90.
Já em estradas como Ayrton Senna, Carvalho Pinto, Dom Pedro 1º e trecho oeste do Rodoanel, que só foram concedidas nos últimos anos pelo governo José Serra (PSDB), os motoristas deverão enfrentar de novo um aumento um pouco mais salgado nos pedágios, porque ele é baseado no IPCA. Em abril esse índice acumulava 5,26% (a correção final a ser aplicada sairá nos próximos dias).
Essa situação ocorre após a administração estadual ter adotado um novo critério de correção dos pedágios com intenção oposta: de atenuar os reajustes nas praças de rodovias que passaram ao controle privado recentemente.
Na prática, porém, pelo menos por enquanto, os motoristas acabaram prejudicados, enquanto as novas concessionárias comemoram.
O IPCA, novo índice utilizado para aumentar os pedágios, é aferido pelo IBGE e também é a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dar os reajustes em concessões federais.

LONGO PRAZO
O presidente da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), Moacyr Duarte, avalia que as diferenças no reajuste devem ser diluídas nos próximos anos. "Ao longo das décadas, os dois índices tendem a ser equivalentes", afirma.
No ano passado, logo depois da escolha do IPCA como critério para reajustar os novos pedágios, ele acumulou 5,20%, também acima do IGP-M, que ficou em 3,64%.
Mas a tendência era completamente oposta até então.
De 1998 a 2008, a variação do IGP-M (que tem forte influência de preços do atacado) foi equivalente a quase duas vezes a do IPCA (que é usado como taxa oficial das metas de inflação da União).
A Artesp (agência estadual que cuida das concessões) vai calcular nos próximos dias os preços exatos das tarifas a partir de 1º de julho, em razão da necessidade de arredondamentos para facilitar a cobrança. A tendência é que a principal praça do sistema Anchieta/Imigrantes suba de R$ 17,80 para R$ 18,50.


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